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3 dezembro 2022 | 00h00

Encontro Anual: Educação e Equidade devem ser prioridades para o Brasil

Com o tema “O Brasil com a potência da nossa gente”, encontro tem foco em colocar o capital humano no centro da agenda de desenvolvimento e de prioridades para o país.  

A Fundação Lemann realiza até amanhã (domingo - 04/12) o seu tradicional Encontro Anual, que reúne a sua rede de lideranças, associadas, parceiros e convidados especiais com o intuito de debater os desafios e as oportunidades para o ano que se aproxima para o país. Para o encontro deste ano, o tema escolhido foi “O Brasil com a potência da nossa gente”, com foco em um debate profundo sobre a necessidade de que a engrenagem do país esteja comprometida com o desenvolvimento das pessoas, para que elas atinjam o seu potencial máximo. O evento reúne mais de 300 pessoas.  

“Eu acredito em gente. Podemos ter o melhor plano e recursos, mas se não tivermos gente competente, engajada e comprometida, não vamos a lugar nenhum”, disse a governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra. Ela esteve na manhã deste sábado (03/12) com o senador Alessandro Vieira (SE), a deputada federal eleita Duda Salabert (MG), o atual deputado federal e representante do governo eleito de São Paulo, Vinicius Poit, e o pesquisador do Insper Michael França em debate mediado por Leany Lemos, que integra a Rede de Líderes Fundação Lemann. 

A Fundação Lemann tem direcionado esforços para impulsionar programas, iniciativas e políticas públicas que colocam o capital humano no centro da agenda de desenvolvimento e de prioridades para o país. Esse é um desafio e uma prioridade que deve ser tratada com urgência por lideranças públicas: segundo estudo do Banco Mundial, uma criança nascida no Brasil em 2019 atingirá apenas 60% de todo o seu potencial ao longo de sua vida.    

Educação, diversidade e equidade foram apontadas pelos participantes como questões prioritárias na garantia de oportunidades para que todas as pessoas desenvolvam o seu potencial e, assim, ajudem a impulsionar o desenvolvimento do país.  

“A gente deixou de trazer o debate sobre o analfabetismo no Brasil. Cerca de 6% da população acima de 16 anos não sabe ler e escrever no país. E aproximadamente 30% da população universitária brasileira tem algum grau de analfabetismo funcional. A gente precisa desenvolver um programa de analfabetismo zero, que é também um debate sobre a evasão escolar”, disse a deputada federal eleita por Minas Gerais, Duda Salabert, ao comentar que é preciso ter políticas públicas que garantam o desenvolvimento de cada pessoa desde a mais tenra idade. 

“Meus meninos, com 6 anos já sabiam ler e escrever. A gente entende como normal chegar numa sala do 5º ano do Fundamental e perguntar “qual é o sonho de vocês?”, e mais da metade da turma dizer que quer aprender a ler. É muito pouco para um Brasil que é tão grande”, enfatizou Raquel Lyra.   

Educação como prioridade foi um consenso nas mesas do Encontro Anual, assim como a necessidade de que ela venha acompanhada de diversidade, políticas e práticas que garantam todas as formas de equidade.  

“O Brasil descobriu há pouco que não vive uma democracia racial. Durante muito tempo, se acreditava que não tinha um problema racial, e muitas vezes a gente nem olhava pra dados sobre essa questão. A gente consegue ter esse novo diagnóstico por causa disso: teve uma mudança na mentalidade da população”, explicou o pesquisador Michael França, do Núcleo de Estudos Raciais do Insper.  

Aposta no desenvolvimento das pessoas  

Na sexta (02/12), Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, abriu o encontro e enfatizou que o recurso mais importante do país são as pessoas, especialmente aquelas que escolhem fazer da transformação do Brasil a sua razão de viver. “E como eu vou mais longe e trago mais gente comigo? Não deixando metade da população para trás. Quando falamos de questões raciais e de gênero, o Brasil deixa longe dos espaços de poder grande parte de nossa potência. E como a gente dá o direito de cada brasileiro chegar nesse potencial? Por meio da educação e do direito de sonhar”, afirmou Mizne 

Na plenária “Construindo o Brasil com a potência de nossa gente”, o Ministro das Relações Exteriores de Singapura, Vivian Balakrishnan, deu um panorama de como o seu país superou a pobreza e tornou-se uma nação desenvolvida por meio da educação e do investimento em gente. “Diferentemente do Brasil, nós não tínhamos recursos naturais. Desde o princípio, nossos fundadores tinham plena consciência de que o capital humano não era só nosso maior ativo, mas o único. A única forma de sobrevivermos seria termos uma economia baseada no conhecimento. Tomamos uma decisão consciente para não poupar esforços em construir um sistema de educação robusto e forte para todos”, explicou. O ministro também destacou a importância do papel de professores e de líderes honestos e competentes no desenvolvimento dos países.  

Na sequência, foi realizado um debate com Aretha Duarte, montanhista e empreendedora socioambiental; Ildo Lautharte Jr., economista do Banco Mundial; e Izolda Cela, governadora do Ceará.  

“Cerca de 40% de todo o talento que o Brasil poderia desenvolver não é alcançado justamente porque nós, enquanto sociedade, não oferecemos as condições ideais de saúde, educação e mercado de trabalho. E essa média esconde muito as diferenças locais que existem aqui. Nenhum país vai dar um passo em relação ao futuro se não tiver diversidade e inclusão como motor do desenvolvimento na maneira mais ampla possível”, disse Ildo Lautharte Jr., economista do Banco Mundial.  

Para a governadora do Ceará, Izolda Cela, essa é a grande missão que temos como nação: “Precisamos ser capazes de sentir que, no nosso país, a educação está sendo colocada no status de prioridade”, afirmou ela.  

Confira os destaques do Encontro Anual no perfil da Fundação Lemann no youtube. 

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