Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: apesar de avanços, brasil tem pouca representatividade nos espaços de poder e decisão

Entre conquistas e desafios, o protagonismo das mulheres negras se mostra fundamental para um Brasil mais justo e igualitário

No dia 25 de julho, celebramos o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma data criada em 1992 para dar visibilidade à luta histórica contra o racismo e o sexismo. No Brasil, a data homenageia Tereza de Benguela, reconhecida por sua liderança quilombola e resistência à opressão escravocrata. Séculos se passaram entre as lutas de Tereza e os dias atuais, mas o  cenário continua desigual: apesar de serem maioria entre a população feminina, as mulheres negras seguem sub-representadas em espaços de poder e decisão.

Essa realidade é evidenciada pelo relatório “Lideranças Negras no Estado Brasileiro (1995–2024)”, produzido pelo Afro-Cebrap em parceria com a Fundação Lemann e a Imaginable Futures. O levantamento revela avanços importantes, mas também aponta barreiras que ainda limitam a presença de mulheres negras na liderança do setor público.

Acesse o relatório aqui

Desigualdade nos espaços de poder e decisão

O estudo mostra que embora tenha havido crescimento no número de lideranças negras no Estado brasileiro, as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais significativas para acessar e se manter em posições de influência. Entre 1999 e 2024, a presença em cargos de alta liderança governamentais passou de 1,6% para 11%. Um marco importante na ocupação de espaços historicamente negados, mas que ainda está muito aquém da representatividade real.

A pesquisa também evidencia uma distribuição desigual da presença de mulheres negras no Estado. Ministérios ligados à área social, como Cultura e Educação, apresentam maior diversidade em seus quadros de liderança. Já as pastas estratégicas para a formulação de políticas macroeconômicas e de desenvolvimento, como Fazenda, Planejamento e Infraestrutura permanecem amplamente concentradas nas mãos de homens brancos.

O compromisso da Fundação Lemann para mudar esse cenário

Neste Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, reafirmamos nosso compromisso com a promoção da equidade racial e de gênero, condição para que todas as pessoas possam desenvolver seu pleno potencial. Apoiamos o desenvolvimento de Lideranças diversas e dedicadas a resolver os desafios do Brasil, além de contribuir para a garantia de uma Educação pública de qualidade para todas as crianças e adolescentes.

A equidade racial é uma condição para o Brasil avançar. Promovemos iniciativas e ações em favor do tema, garantindo a contribuição dos Movimentos Negros e Organizações Negras nas iniciativas em que atuamos. 

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