Uma nova parceria para conectar talentos brasileiros ao mundo: Instituto Trajetórias

O Brasil tem imenso potencial acadêmico e profissional, mas ainda envia proporcionalmente menos estudantes de pós-graduação para o exterior do que outros países em nível semelhante de desenvolvimento. Para mudar esse cenário, nasce o Instituto Trajetórias, uma organização sem fins lucrativos dedicada a ampliar o acesso de talentos brasileiros a cursos de mestrado em algumas das melhores universidades do mundo.

Com apoio das Fundações VélezReyes+ e Lemann, o Instituto Trajetórias já nasce com uma meta ambiciosa: apoiar mais de 5.000 brasileiros até 2035 em sua jornada de internacionalização, contribuindo para o chamado brain gain, o retorno de conhecimento e experiências que fortalecem o desenvolvimento do país.

“A principal aposta da Fundação Lemann são as pessoas. O Brasil será muito mais justo e desenvolvido se todos puderem atingir seu potencial. O Instituto Trajetórias nasce para acelerar essa #transformação, conectando nossos talentos ao mundo e fortalecendo sua capacidade de impactar o país”, reforçou Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, no lançamento do Trajetórias.

Desafio da internacionalização brasileira

Apesar do imenso potencial acadêmico e profissional do país, o Brasil ainda envia proporcionalmente menos estudantes de pós-graduação para o exterior do que nações de desenvolvimento semelhante. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Trajetórias em parceria com o economista Pedro Nery, em 2022 havia quase 30 mil brasileiros em programas de mestrado e doutorado no exterior. Na comparação com países emergentes, (comparando por população e renda), esse número poderia chegar a 52 mil talentos.

Nos Estados Unidos, há seis vezes menos brasileiros do que chineses em programas de pós-graduação, e quatro vezes menos que colombianos. Esse cenário reflete uma lacuna que precisamos ocupar se queremos acelerar nossa evolução em inovação e formação de conhecimento.

Um modelo inovador de impacto escalável

O Instituto Trajetórias estruturou um modelo de impacto escalável, baseado em três pilares:

  • Apoio governamental: parcerias com estados, municípios e a Enap para oferta de bolsas de estudo.
  • Cooperação universitária: acordos em andamento com mais de 30 universidades internacionais de excelência, entre elas Yale, Imperial College London, McGill e École Polytechnique.
  • Filantropia estratégica: recursos que possibilitam crédito subsidiado e mais acessível para complementar o financiamento dos estudantes.

Acompanhamento integral

A atuação do Instituto cobre todas as etapas da jornada dos estudantes.

  • Na preparação, a plataforma gratuita Bússola Trajetórias oferecerá ferramentas e apoio desde a escolha do curso até o processo de candidatura.
  • No financiamento, há alternativas que combinam bolsas governamentais, descontos universitários e crédito em condições especiais.
  • No retorno, redes de mentoria e apoio à reinserção profissional no Brasil vão ampliar o impacto da formação internacional.

Parcerias

Ainda em setembro, o Instituto Trajetórias prevê assinar acordos de cooperação com os governos do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, além das Prefeituras do Recife e do Rio de Janeiro, e da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), para a oferta de bolsas. Há também negociações avançadas com outros estados, que poderão aderir ao projeto nos próximos meses.

Para Leany Lemos, CEO do Instituto Trajetórias, “a internacionalização não pode ser apenas uma estratégia individual. Ela tem de ser uma estratégia coletiva para o desenvolvimento de capital humano de alto nível, fundamental para o futuro sustentável do país”.

O primeiro grupo de estudantes será selecionado em 2026, com editais previstos para fevereiro. Até 2035, a expectativa é apoiar mil estudantes por ano, fortalecendo a presença do Brasil em redes globais de conhecimento.

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