Estreia neste dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a websérie Lições da Amazônia, que mostra ao público como a educação pode ser um poderoso instrumento de transformação social, ambiental e cultural na maior floresta tropical do mundo.
Produzida pela Amazônia Vox, em parceria com a Fundação Lemann e o programa Motriz Educação Amazônia, a série documental apresenta cinco episódios que percorrem diferentes municípios da região Norte do Brasil, revelando histórias reais de estudantes, professores e comunidades que estão reinventando o ensino a partir de suas raízes. A série também pode ser acessada no Youtube das organizações.
A diversidade de cultura e identidade da população da região — estimada em 37 milhões de pessoas, sendo um terço delas com menos de 18 anos — convive com o paradoxo da rica biodiversidade e baixos indicadores sociais, entre eles, o nível educacional. De acordo com dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2024, a média mundial de conclusão do Ensino Médio é de 69%, enquanto na porção de área em regiões amazônicas esse índice cai para 54%. Ao olhar apenas para o Brasil, só 48% dos estudantes que vivem nos nove estados da Amazônia legal concluíram o ensino médio em 2024.
“É importante considerar que, especialmente na região amazônica, além dos desafios que temos em comum com outras regiões, enfrentamos o contexto atual das emergências climáticas, que afetam a população, e as oportunidades que a bioeconomia gera para a região. Por isso, esses estudantes precisam estar preparados para o futuro, numa relação muito íntima e de valorização que eles já têm com o território, em um diálogo que também faça sentido para eles por meio da educação”, explica Daniela Caldeirinha, vice-presidente de educação da Fundação Lemann.
Práticas pedagógicas contextualizadas
Com uma abordagem sensível e inspiradora, a websérie mostra como práticas pedagógicas que valorizam a cultura local, a ancestralidade, a biodiversidade e o protagonismo estudantil têm contribuído para melhorar indicadores educacionais e fortalecer o sentimento de pertencimento nas comunidades amazônicas.
Em Presidente Figueiredo (AM) e Ulianópolis (PA), os destaques são as Salas Florestas, que buscam na educação prática e sustentável a melhora o desempenho escolar. Já com a iniciativa dos Guardiões do Amanhã, de Itacoatiara (AM), os estudantes lideram ações de transformação socioambiental em suas comunidades. Enquanto isso, o Resgate da Ancestralidade em Manicoré (AM) foca na valorização da identidade e culturas indígenas dentro e fora da educação. A quinta cidade retratada na série apresenta, em Moju (PA), a educação antirracista, na qual quilombolas e escolas promovem equidade e orgulho racial.
Todas essas práticas pedagógicas surgem a partir do programa Motriz Educação Amazônia, realizado com apoio da Fundação Lemann e que já impactou mais de 42 mil alunos em cinco municípios da Amazônia Legal. “A escola na Amazônia é mais do que um espaço de aprendizagem. É um ponto de encontro, de segurança alimentar, de fortalecimento da identidade e de construção de um futuro sustentável”, conclui Adriana Guimas, consultora pedagógica da Motriz.