Olá! Aqui é a Heloisa Nascimento, tenho 35 anos, nasci em São Paulo e sou médica oftalmologista. Meu pai, Ednei Nascimento, que faleceu em 2007, ficou cego de um olho por 13 anos. Ele sofria de uveíte, uma doença ocular inflamatória, e sua vida foi dedicada a procurar formas de aliviar problemas oculares, por isso, ele estudou medicina e se tornou oftalmologista. Essa minha história pessoal fez com que meu propósito de vida fosse ajudar pessoas com problemas de visão.
A visão é responsável por 90% das informações que recebemos do ambiente, e cerca de 75% das causas de perda visual poderiam ser evitadas por meio da educação e por medidas de prevenção à cegueira.

Fonte: Arquivo pessoal.
Eu sou formada pela Faculdade de Medicina do ABC e fiz minha pós-graduação em oftalmologia na Unifesp, assim como o doutorado. Ao longo da minha carreira, trabalhei como médica em diversas instituições públicas e privadas de oftalmologia, em cidades como São Caetano, Barueri e São Paulo. Também tenho uma empresa de tradução médica e pesquisa clínica e um consultório particular.
No IPEPO, o Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia, encontrei uma instituição filantrópica com atuação pública e privada, onde poderia me realizar pessoal e profissionalmente porque, ao mesmo tempo em que trabalho, coloco em prática o meu propósito de vida e ajudo pessoas. Faço parte do instituto desde 2015; comecei como coordenadora clínica e, agora, sou diretora institucional. O IPEPO completa 30 anos em 2020!

Fonte: Arquivo pessoal.
No Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia, temos a possibilidade de fazer muito por meio de parcerias com o SUS. Também melhoramos o acesso ao tratamento privado por meio de startups e somos pioneiros em inovação com projetos como o teleoftalmologia, que usa a inteligência artificial nos diagnósticos das doenças oculares.

Fonte: Arquivo pessoal.
Funciona assim: o paciente da periferia vai até um centro que possui uma máquina que tira fotografia dos olhos; quem faz essa fotografia é um técnico. As imagens são enviadas para um centro de leitura e aí, sim, um médico faz a avaliação do caso. Com essa tecnologia de fotografia do fundo do olho, a gente consegue resolver 80% dos caso. Nos 20% que têm alguma alteração, encaminhamos para a consulta tradicional.
Só em 2019, o IPEPO realizou 270 mil atendimentos e mais de 14 mil cirurgias, também com a tecnologia 3D. No IPEPO, tive a oportunidade de trabalhar com meu mentor, o professor Rubens Belfort Jr., inovador visionário e idealizador de diversas novas tecnologias em oftalmologia, hoje presidente da Academia Nacional de Medicina, além de professor titular de oftalmologia da UNIFESP e presidente do IPEPO.
Mas o melhor de tudo é que, como entusiastas da educação, no IPEPO conseguimos emergir como instituição de ensino médico. Tivemos um início tímido, mas que agora conta com residência médica, programa de fellowship e cursos de educação continuada para oftalmologistas. Temos alunos de todo o Brasil e, por vezes, da América Latina. Com isso, conseguimos expandir nossa atuação por meio da educação, e nosso propósito é então multiplicado para regiões que não imaginaríamos inicialmente.
Não acreditamos em limites, e chegamos a locais inalcançáveis. Em 2019, o IPEPO foi um dos vencedores do Prêmio Champalimaud, o Oscar da oftalmologia, e em 2020, vencemos o Prêmio Cidadão Catraca Livre.
Tenho muito orgulho de participar desta instituição e muita gana de encontrar soluções inovadoras para o futuro. Sabemos que o orçamento é pequeno e o caminho sinuoso, mas para um grupo de pessoas comprometido com um propósito, não há barreiras e faremos o possível e o impossível para honrar a nossa missão, que é promover visão!

Fonte: Arquivo pessoal.
A Fundação Lemann compartilha nossos valores e, desde 2017, apoia um programa de fellowship internacional com ênfase em cirurgia oftalmológica robótica e inteligência artificial. Também faço parte da rede Talentos da Saúde da Fundação Lemann desde 2017 que você pode conhecer mais clicando aqui.
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