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4 abril 2019 | 00h00

Brasil terá 6 escolas públicas com método japonês de ensino

Metodologia revolucionou aprendizagem no Japão e deve ser implementada até o fim do ano

Até o fim do ano o Brasil terá seis escolas públicas modelo com a metodologia que revolucionou o ensino no Japão. É o que propõe a Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Canoa e a Tríade Educacional, para melhorar o ensino de matemática e ciências nas redes públicas de ensino de Francisco Morato (SP), Ponta Grossa (PR) e São Roque (SP). 

Criado no Japão, o método Pesquisa de Aula (Lesson Study em inglês) oferece aos professores conhecimento que os preparam para trabalhar de forma estruturada e colaborativa dentro de suas escolas e na busca por soluções de desafios comuns de ensino e aprendizagem. 

Por isso, a convite da Fundação Lemann, o professor, especialista e referência internacional no assunto, Akihiko Takahashi, está realizando uma semana de formação para mais de 40 educadores das três redes públicas de ensino. 

Método Pesquisa de Sala de Aula

A metodologia é baseada em ciclos. Um grupo de professores da mesma disciplina decide qual questão querem estudar. Juntos eles elaboram um plano de aula, discutem sobre o planejamento desenhado e qual conhecimento precisam desenvolver antes de ensinar o problema escolhido. 

Depois deste processo, os educadores vão para fase de observação. A ideia é observar como os alunos se comportam, o que fazem, escrevem e/ou como interagem durante a aula. Ou seja, o objetivo é entender o processo de aprendizagem do aluno, assistindo às aulas dos professores e colaborando com suas práticas pedagógicas.

Na sequência, o grupo troca experiências, realiza devolutivas e melhorias, se necessário, e sistematiza todo conhecimento. No projeto da Fundação Lemann as três redes de ensino vão trilhar todas as etapas da metodologia. 

Formação para as redes públicas de ensino

A etapa de observação na sala de aula aconteceu em uma escola de São Roque, com o grupo que recebe a formação do professor Takahashi. No ano passado, o município já recebeu a presença do especialista no assunto e tiveram a oportunidade de mostrar como estão aplicando a metodologia na sala de aula. 

Além disso, a formação conta com momentos expositivos, atividades mão na massa, planejamento e dinâmicas de reflexão. 

Pesquisas fora do Brasil apontam que de 643 estudos feitos sobre ensino de matemática, apenas dois tiveram efeitos positivos em conhecimento dos professores e aprendizado dos alunos, uma delas foi a Pesquisa de Aula.

BNCC e Resultados de aprendizagem no Brasil

Com foco na implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) da Educação Infantil e Ensino Fundamental, que está prevista para chegar nas salas de aula em 2020, a Pesquisa de Aula se mostra como uma oportunidade para contribuir com a formação continuada dos professores.

A Fundação Lemann, junto com diversas organizações e o Ministério da Educação, entende que há cinco princípios-chave para a formação de qualidade: continuidade, foco em como ensinar o conteúdo, uso de metodologias ativas, alinhamento ao currículo estadual e participação coletiva. A metodologia japonesa aplica todos eles na prática. 

O método também mostra quais caminhos podem ser tomados para melhorar resultados como o da Prova Brasil de 2017, que apontou que apenas 15% dos alunos aprenderam o adequado sobre matemática até o 9º ano na rede pública de ensino.

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