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20 novembro 2020 | 13h00

Como aproximar a comunidade negra dos negócios de impacto?

Diversidade e protagonismo da comunidade negra e periférica se mostram como um caminho necessário e ético para o amadurecimento de negócios de impacto

Por: Luciana Paulino 

As falas sobre igualdade social, raça e gênero estão ocupando uma fatia importante nos espaços dos negócios de impacto. Não é atoa que a abordagem sobre raça e gênero vem sendo cada vez mais levantada no universo de empreendedorismo social. Mas discutir essas questões em profundidade ainda deixa alguns desconfortos, mesmo os profissionais que trabalham no campo do design de impacto social - que visa colocar as pessoas e a equidade racial no centro das decisões de desenvolvimento - não estão imunes.

“O negócio social precisa da base da pirâmide. Não é possível falar em negócio social sem conversar com os indivíduos que ocupam o lugar da base”, afirma Adriana Barbosa, empreendedora social e criadora da Feira Preta, a maior feira de cultura negra da América Latina

Adriana teve um papel importantíssimo na área de impacto social no Brasil: trazer a diversidade para os holofotes das discussões, através da curadoria dos temas e convidando agentes da periferia e instituições que já operam no mercado, a fim de trazer um olhar mais inclusivo para o tema.

Cenário atual

O Brasil enfrenta problemas sociais complexos que impactam, direta e indiretamente, toda a população em áreas como educação, saúde, moradia, geração de emprego e distribuição de renda. Para pensar de uma forma uma reflexiva e sistêmica sobre esses problemas é preciso que façamos um recorte de gênero, social e sobretudo racial, pois não podemos deixar de considerar que tais problemas foram agravados por conta do nosso passado escravocrata.

Os profissionais de impacto social também enfrentam desafios com o envolvimento da comunidade. Procurar aliviar décadas de racismo institucional já é um empreendimento delicado, mas encontrar desconfiança dentro dessas comunidades acrescenta outra camada de complexidade. Tal fato evidencia a importância de agregar agentes da comunidade e indivíduos negros como sujeitos das ações de impacto e desconstruir a ideia de clientelismo para esses públicos. 

(Luciana Paulino é relações públicas, sócia criadora da plataforma digital Black Bird, Partner Manager do Spotify no Brasil e membro da Rede de Líderes da Fundação Lemann. Ela participou do nosso evento ‘Encontro Alcance’, que trouxe muitas informações sobre como fazer pós-graduação no exterior, e compartilhou a experiência de fazer mestrado em Empreendedorismo Social na Universidade do Sul da Califórnia. Você pode conferir no vídeo abaixo)

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