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3 dezembro 2024 | 00h00

Conheça o Programa Escolas Criativas

Educação “mão na massa” mobiliza alternativas para uma aprendizagem mais lúdica e integral

Criado em 2021 através do edital Tech & Play da Fundação LEGO, em parceria com a Fundação Lemann e a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, o Programa Escolas Criativas apoia 16 redes de ensino público, incluindo redes estaduais e municipais para criar ambientes educacionais mais criativos e colaborativos. 

A principal abordagem disseminada pelo programa é a Aprendizagem Criativa, proposta por Mitchel Resnick, diretor do Lifelong Kindergarten Group no MIT Media Lab, que, inspirada no construcionismo de Seymour Papert e em grandes pensadores, como Paulo Freire, visa promover experiências de aprendizado exploratório, investigativo e lúdico, que incentivem o desenvolvimento do pensamento criativo, da curiosidade e do espírito inventivo nos estudantes.

Atividades que utilizam materiais simples e sustentáveis, como papelão, cola e embalagens recicláveis, aliadas ao uso de tecnologias acessíveis, como o Scratch — linguagem de programação visual que facilita a criação de jogos e histórias interativas —, estimulam a criatividade e promovem o aprendizado prático, conhecido como “mão na massa”.

No Brasil, o Escolas Criativas já alcançou mais de 2.283 escolas, 45.480 educadores e 764.800 alunos das cidades de Bragança (PA), Branquinha (AL), Caruaru (PE), Coruripe (AL), Curitiba (PR), Jaguariúna (SP), Joinville (SC), Mata de São João (BA), Recife (PE), Ribeirão das Neves (MG), São Bernardo do Campo (SP), São Luís (MA), Várzea Grande (MT), Vinhedo (SP) e dos estados de Alagoas e Rio Grande do Sul. 


Ensino que valoriza o brincar e a criatividade


O programa Escolas Criativas é estruturado em torno de pilares essenciais que guiam todas as ações e garantem o impacto positivo e duradouro na educação pública. Esses pilares, aliados a uma forte frente de pesquisa e inovação pedagógica, são fundamentais para transformar a realidade das escolas e enriquecer a experiência de aprendizado.

Pilares de Atuação

1. Suporte às Secretarias e Institucionalização de Boas Práticas – Apoio à criação de políticas e diretrizes para que a Aprendizagem Criativa seja institucionalizada nas redes de ensino.

2. Desenvolvimento Profissional e Ferramentas Pedagógicas – Formação de professores e gestores com recursos como trilhas formativas e módulos autoguiados.

3. Engajamento das Escolas e Comunidades – Incentivo à participação de estudantes, familiares e comunidades locais na construção de um ambiente de aprendizado colaborativo.

O Escolas Criativas investe em pesquisas que avaliam e documentam o impacto das práticas pedagógicas inovadoras nas escolas participantes, fornecendo dados e evidências que orientam o programa e permitem ajustes e melhorias contínuas.

Estudos conduzidos em redes parceiras, como de Curitiba, indicam que a Aprendizagem Criativa pode contribuir significativamente para a melhoria das habilidades de leitura e escrita, especialmente entre estudantes que enfrentam dificuldades. Isso demonstra o potencial do projeto para promover uma educação mais equitativa e inclusiva.

“A gente sempre acreditou que é possível, sim, ensinar e aprender de uma forma diferente, que seja mais prazerosa e instigante, e por isso nos dedicamos a apoiar e fortalecer esse movimento na rede pública. O resultado que temos atingido junto às nossas redes parceiras é a consequência de uma transformação sistêmica, que começa desde a transformação da experiência de formação desse professor, aliada a condições estruturantes na gestão e planejamento das Secretarias de Educação”, diz Gabriela Breviglieri, Diretora Executiva do Instituto Escolas Criativas. 

Dimensões de uma Escola Criativa


Para guiar as escolas na implementação da Aprendizagem Criativa, o programa define nove dimensões essenciais que caracterizam uma Escola Criativa. Essas diretrizes destacam o protagonismo dos estudantes como agentes centrais de sua aprendizagem, além de um papel estratégico para os professores, que inspiram curiosidade e criatividade. 

O currículo também é integrado de forma a ampliar habilidades e competências, enquanto a formação contínua dos educadores fortalece suas práticas. A escola é vista como um ponto central da comunidade, incentivando participação e pertencimento, com espaços e tempos organizados de forma acolhedora e dinâmica. 


  1. Pertencimento e Protagonismo Estudantil: Alunos se sentem parte importante da escola e têm a oportunidade de liderar e tomar decisões sobre seu próprio aprendizado.

  2. Apropriação na Prática Docente: Professores utilizam métodos inovadores, tornando o aprendizado mais prático e envolvente para os alunos.

  3. Integração Curricular: As disciplinas são conectadas de forma criativa, facilitando o aprendizado por meio de projetos e temas que fazem sentido para os estudantes.

  4. Desenvolvimento Profissional: Professores e gestores recebem formação contínua para melhorar suas práticas e implementar novas abordagens.

  5. Engajamento Comunitário: A escola envolve pais, familiares e a comunidade local nas atividades, criando um ambiente de aprendizado colaborativo.

  6. Adaptação de Tempo e Espaço: O tempo e o espaço escolar são flexíveis, adaptados para promover uma educação mais dinâmica e centrada nas necessidades dos alunos.

  7. Apropriação das Tecnologias: Tecnologias são usadas de forma criativa e eficaz para apoiar o aprendizado e preparar os alunos para o futuro.

  8. Acompanhamento e Reflexão: A escola avalia continuamente suas práticas, refletindo sobre o que funciona e buscando sempre melhorar.

  9. Diversidade, Equidade e Inclusão: A escola valoriza e respeita as diferenças, garantindo que todos os alunos tenham oportunidades iguais de aprender e crescer.


Gerando impacto

Segundo relatório recente de Resultados e Impactos do Programa Escolas Criativas, as escolas participantes do programa tiveram um aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 86% superior ao crescimento bienal médio esperado. 

Entre os dados, destaca-se também o percentual de alunos que atingiram o aprendizado adequado em Matemática nos anos finais do ensino fundamental. O impacto gerado pelo Programa Escolas Criativas corresponde a um aumento de 5,2 pontos percentuais acima da média do Brasil no SAEB, o que equivale a cerca de 4 meses de aprendizado a mais.

Ao longo dos quatro anos de implementação, foram mensurados impactos significativos no engajamento e protagonismo não só dos estudantes, mas também na qualificação e valorização da prática docente, resultando na melhoria dos indicadores educacionais e redução das desigualdades de aprendizagem, refletidos nos resultados: 

  • Alunos estavam cerca de 10% mais engajados nas turmas cujos professores declararam fazer parte do programa, o que representa um potencial de prevenir o abandono de 18 mil estudantes;

  • O papel do professor é o principal fator que impacta o engajamento dos estudantes, excluindo-se o impacto de fatores individuais, o que corrobora a atuação do programa que tem o fortalecimento da prática docente como elemento central;

  • 96% dos professores que declaram participar do programa adotam a Aprendizagem Criativa em sala de aula;

  • Professores fazem mais exercícios que exigem raciocínio crítico (+12 pontos percentuais);

  • Professores organizam mais as turmas em pequenos grupos para resolução conjunta de problemas ou tarefas (+11 pontos percentuais).


Conheça as histórias

O Programa Escolas Criativas organizou este ano uma imersão, em parceria com as secretarias municipais de Branquinha, Coruripe e a Secretaria Estadual de Alagoas, para que outras escolas e parceiros conhecessem as estratégias locais desenvolvidas. 

Durante três dias, a agenda contemplou visita e interação com os estudantes em espaços formais e não formais de educação, visita a espaços makers criados a partir das vivências do programa para fomentar a criação, visita a algumas escolas com foco em conhecer a implementação local das iniciativas nas redes e momentos de troca e reflexão entre os participantes da imersão.

“É muito emocionante ver a Aprendizagem Criativa ser usada para construir e promover uma educação antirracista, para incluir crianças com deficiência e recompor a aprendizagem no pós-pandemia. Nas redes onde o programa Escolas Criativas é implementado, essa abordagem está sendo usada para fazer com que todo aluno queira estar na sala de aula e aprender”, afirma Lucas Rocha, diretor de Educação da Fundação Lemann.

Para tangibilizar os resultados e histórias, uma websérie com duas temporadas traz as cidades que participam do programa, Entre os cases, São Bernardo do Campo (SP) e Curitiba (PR) contam como o Escolas Criativas fortaleceu a aprendizagem criativa com formações, mentorias e apoio técnico, transformando a prática docente. 

Outras cidades como Caruaru (PE), Ribeirão das Neves (MG) e Branquinha (AL) também mostraram as conquistas que o programa tem permitido à aprendizagem dos estudantes.

Assista a websérie: Conheça os Cases Escolas Criativas


Para saber mais sobre o programa Escolas Criativas, acesse o site

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