O papel da alfabetização: a importância de garantir leitura e escrita na idade certa

O papel da alfabetização: importância, dados e ações que funcionam

Alfabetização é base de tudo

Hoje, no Dia Mundial da Alfabetização, é importante reforçar que alfabetizar é uma forma de abrir portas para a aprendizagem contínua, justiça social e melhores oportunidades ao longo da vida. Quando uma criança sai do 2º ano do Ensino Fundamental capaz de ler e escrever com compreensão, todas as outras disciplinas se tornam mais acessíveis e o país avança rumo a uma educação pública com mais equidade.

Segundo estudo conduzido por Ricardo Paes de Barros (Insper), não alfabetizar as crianças no tempo certo compromete a trajetória escolar, aumentando as chances de reprovação, distorção idade-série e evasão, além de restringir oportunidades futuras de aprendizagem e inserção social. Indivíduos alfabetizados apresentam um índice de acesso a políticas de bem-estar de 77%, enquanto entre aqueles que não se alfabetizam esse percentual cai para 43%.

Onde estamos hoje 

De acordo com o Indicador Criança Alfabetizada (ICA) de 2024, divulgado pelo Inep, 59,2% dos estudantes brasileiros estavam alfabetizados ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. O número é superior ao de 2023 (56%) e mostra progresso, mas também evidencia o quanto ainda precisamos avançar para garantir esse direito a todas as crianças.

O Brasil tem uma meta clara: alcançar 80% das crianças alfabetizadas até 2030, conforme o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Para chegar lá, é essencial manter a alfabetização como prioridade contínua, fortalecer a formação de professores e gestores, enfrentar desigualdades, especialmente raciais e regionais, e apoiar, de forma diferenciada, as redes que mais precisam.

O que funciona

Garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas na idade certa exige iniciativas consistentes e capazes de gerar impacto em larga escala. No Brasil, algumas políticas e programas têm se destacado por apoiar gestores, educadores e redes de ensino a transformar esse desafio em resultados concretos:

  • PARC (Parceria pela Alfabetização em Regime de Colaboração: iniciativa que apoia governos estaduais a desenhar e implementar políticas de alfabetização (materiais, formação docente, coordenação entre estados e municípios). Atua em 18 estados e mais de 3,5 mil municípios, apoiando políticas públicas e impactando 3 milhões de estudantes. Em 2024, os estados parceiros registraram 69% de crianças leitoras, um avanço de 41 pontos percentuais desde 2021.
  • Educar pra Valer (EpV): programa que atua junto a redes municipais em quatro frentes: gestão, ação pedagógica, monitoramento/avaliação e sustentabilidade. Presente em 12 estados e 46 municípios, apoia mais de 20 mil professores e mais de 840 mil estudantes. Entre 2023 e 2024, houve queda de 8 pontos percentuais (de 21% para 13%) na taxa de pré-leitores e crescimento de 10 pontos no percentual de leitores, chegando a 65%, segundo dados da Avaliação de Fluência Leitora 2024 realizada pela PARC.

Iniciativas que combinam formação de professores e sistemas de monitoramento produzem melhores resultados em alfabetização, por meio de uma atuação conjunta entre estados e municípios.

Políticas recentes e compromisso nacional

O Ministério da Educação e os entes federativos firmaram compromissos de alfabetização com metas progressivas (ex.: meta de 64% em 2025, 80% em 2030 em algumas agendas), e investimentos públicos/colaborativos têm sido anunciados para fortalecer infraestrutura, formação e avaliação. Essas iniciativas possibilitam escala quando combinadas com parceiros técnicos e de implementação.

O papel da filantropia colaborativa

Organizações como a Fundação Lemann e as que fazem parte do nosso ecossistema de impacto atuam para ampliar o impacto por meio de coinvestimento, pesquisa, formação de lideranças e parcerias com secretarias. 

Ao apoiar programas como o PARC e o Educar pra Valer, que já alcançam milhões de estudantes em todo o país, contribuímos para levar soluções eficazes a mais redes, fortalecer políticas públicas com evidências e assegurar que elas sejam implementadas com qualidade e equidade. Segundo dados da Avaliação Somativa de Fluência Leitora realizada nos estados da PARC em 2024, 69% das crianças estão lendo na idade certa. Número que subiu 41 pontos desde 2021. 

Os dados mais recentes mostram avanços nos resultados de alfabetização no país, mas também deixam claro que políticas com escala, qualidade e foco em equidade são necessárias e que parcerias entre governos, organizações e filantropia são centrais para mudar o Brasil, mesmo.

Junte-se a nós nesse compromisso.

Erradicar o analfabetismo não é apenas um sonho: é um compromisso com um futuro coletivo, que exige união, coragem e ações concretas hoje. Garantir que cada criança leia e escreva na idade certa é o primeiro passo para mudar o Brasil, mesmo.

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