Fundação Lemann e parceiros lançam programa impulsiONar
Cofinanciado com BID Lab e Imaginable Futures, programa traz soluções digitais contra lacunas de aprendizagem nas redes municipais de ensino
A educação brasileira foi amplamente impactada pela pandemia, principalmente pelo fechamento das escolas físicas, o que trouxe reflexos na aprendizagem dos estudantes. Para contribuir na recuperação da defasagem de aprendizado dos estudantes, a Fundação Lemann, Imaginable Futures e BID Lab lançaram o impulsiONar. O programa conecta secretarias municipais de educação, edtechs e organizações de apoio para oferecer soluções pedagógicas e digitais que reduzam e previnam lacunas em Língua Portuguesa e Matemática de estudantes do 6º ao 9º ano.
“É um programa que busca reduzir o impacto dessa pandemia na aprendizagem e na desigualdade que isso gera. Não é exagero dizer que a pandemia trouxe para a educação brasileira uma crise sem precedentes”, disse Camila Pereira, diretora de Educação da Fundação Lemann, em um webinar de lançamento realizado nesta terça-feira (15/06). “Esse programa se propõe não só a desenvolver soluções que ajudem os alunos e professores quando a defasagem já aconteceu, mas também a evitar que a defasagem aconteça.”
"Esse projeto vem mostrar as novas tecnologias aos alunos mais carentes. Essas novas tecnologias vão democratizar o uso das novas soluções."
Morgan Doyle, representante do Grupo BID no Brasil
Edital para seleção de organizações
O programa impulsiONar será implementado por Quintessa e Instituto Reúna. As soluções do programa serão construídas a partir de um modelo pedagógico, com o apoio de organizações educacionais que oferecem serviços de implementação, formação de professores e gestores, e recursos educacionais tecnológicos, considerando a metodologia do ensino não presencial. O principal objetivo do impulsiONar é conectar empresas de tecnologia que atuam com educação – as edtechs – com as redes públicas e as organizações de implementação e formação para desenvolver e multiplicar soluções pedagógicas e digitais.
Para isso, foi aberto um edital com inscrições até 25 de junho de 2021 para seleção de organizações de implementação e de formação, que devem indicar redes de ensino públicas com as quais podem atuar. Serão aprovadas organizações que atendam aos critérios de seleção e que também tenham redes indicadas aprovadas no processo seletivo.
O programa será implementado, inicialmente, em seis redes municipais de ensino. Serão aceitas indicações de todo o Brasil, com o objetivo de que 50% das redes sejam do Norte e/ou Nordeste. No segundo semestre de 2021, será feita a chamada para as edtechs, cujo processo seletivo será conduzido pelas redes de ensino.
"Estamos olhando pesquisas e outras iniciativas para poder aprender, apostando na conexão para desenvolver um programa que consiga reduzir as defasagens de aprendizagem."
Irene Santana, coordenadora pedagógica do programa impulsiONar
A iniciativa se dá em um contexto especialmente desafiador para a educação brasileira: em 2020, durante a pandemia da Covid-19, triplicou o risco de abandono escolar. O índice de aprendizado caiu 72,5%, segundo um estudo organizado pelo BID com alunos da rede estadual de São Paulo. Em outras regiões do país, estima-se que os impactos sejam semelhantes.
“O modelo híbrido permite ampliar bastante os tempos de exposição ao ensino e aprendizagem do estudante, permitindo que ele tenha iniciativa de estudar a partir de coisas que ele quer saber mais”, aponta Katia Smole, CEO do Instituto Reúna.
Juntos, Fundação Lemann, BID Lab e Imaginable Futures investirão US$ 2,36 milhões (cerca de R$ 12,4 milhões) no impulsiONar. Desse montante, US$ 700 mil são doados pelo BID Lab e US$ 1,66 milhão aportados pela aliança formada entre a Fundação Lemann e Imaginable Futures. Os recursos serão empregados em iniciativas que promovam o uso de tecnologia e inovação nas escolas públicas e na construção de modelos que poderão ser replicados pelas redes municipais e estaduais em todo o país.
“A gente acredita que a aprendizagem pode catalisar o potencial humano e permitir um mundo mais equitativo, justo e saudável”, afirmou Fabio Tran, venture partner na Imaginable Futures.