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27 outubro 2021 | 08h00

Leilão do 5G será divisor de águas para a educação pública

Novembro será um mês crucial para a educação pública no Brasil. O leilão do 5G, marcado para o dia 4 de novembro de 2021, é a porta de entrada para o desenvolvimento desta nova geração de internet móvel no país, mas também deverá ser um divisor de águas no que se refere à oferta de conectividade às escolas públicas brasileiras, um investimento calculado em torno de R$ 7,6 bi (ao todo, o leilão deverá movimentar mais de R$ 49 bi). 

Depois de um longo período de análise e de propostas para a inclusão da educação no edital, em setembro passado a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) incluiu no documento as contrapartidas para as operadoras interessadas na faixa de 26 gigahertz (GHz) em favor do ensino público brasileiro. As vencedoras ficarão responsáveis pela conectividade das escolas de educação básica e, para que esse trabalho seja realizado, foi constituída uma entidade exclusiva para a administração dos compromissos, chamada Entidade Administradora da Conectividade das Escolas (EACE), que atuará com o Grupo de Acompanhamento de Custeio a Projetos de Conectividade das Escolas (GAPE). 

A EACE contará com a participação dos proponentes da faixa de 26 GHz e do Ministério da Educação, enquanto o GAPE terá os projetos definidos pelo MEC, mas será coordenado pela Anatel. O grupo definirá as características, critérios técnicos, cronograma e estudo de precificação dos projetos.

Temos grandes desafios na educação do país, que foram amplamente agravados por conta da pandemia. Se durante a crise da Covid-19 muitos estudantes sofreram as consequências por estarem fora das escolas e não conectados à internet, agora, quando as aulas presenciais estão sendo retomadas, os alunos podem ser beneficiados pela tecnologia para a recuperação da aprendizagem. Porém, atualmente, apenas 4% das escolas têm internet em padrões de velocidade internacionais, 39% delas sequer têm banda larga e 25% não têm acesso à internet,  (Censo Escolar 2020). 

Desta forma, o edital do 5G representa uma oportunidade única e ampla em termos de política educacional e econômica, levando às escolas e aos estudantes que mais precisam o acesso à conexão de alta velocidade. O Brasil precisa dar este passo rumo a uma educação de mais qualidade e com igualdade de oportunidades aos seus estudantes.

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