Lideranças debatem a ausência do negro no serviço público

26 novembro 2020 | 00h00

Campanha promove discussão sobre a relação entre diversidade e elaboração de políticas públicas efetivas

Onde estão as pessoas negras como secretárias de estado, diplomatas ou juízes? Apesar das políticas e ações afirmativas implementadas para diminuição das desigualdades entre brancos e negros no ingresso ao serviço público nos últimos anos, e, sendo negras e negros quase metade da ocupação de empregos no setor público, os mesmos permanecem ausentes nas carreiras e cargos mais prestigiados.

Nossa parceira República.org, junto com a Fundação Lemann e mais 14 organizações e apoiadoras, está promovendo o segundo ano da campanha ‘Onde estão os negros no serviço público’. Trazendo muitos dados, histórias e reflexões por profissionais públicos, intelectuais e artistas negros, a campanha propõe um debate que deve ser de todos nós. Para ter acesso a todo o conteúdo, acesse: www.negrosnoservicopublico.com.

A campanha também está disponibilizando a todos o e-book 'Onde estão os negros no serviço público?', com diversos dados, medidas e soluções para a ausência de negros no serviço público. Você pode fazer o download gratuito no site da campanha.

Fórum online reuniu lideranças para debate

Uma das ações da campanha ‘Onde estão os negros no serviço público’ foi a promoção de um fórum online que reuniu lideranças negras para debate em torno de dois temas: ‘Qual a importância dos negros nas pastas estruturais do Governo?’ e ‘Existe relação entre gestão de pessoas e ações afirmativas?’. Confira abaixo algumas reflexões pinçadas nessa qualificada e edificante discussão e, no fim da página, o vídeo na íntegra do fórum.

“Os espaços de oportunidade vão se tornando um funil para o povo preto. Nas universidade, vemos poucos jovens negros”, diz Elaine Nascimento, pesquisadora e coordenadora adjunta da @Fiocruz Piauí #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

Pesquisadora Elaine Nascimento: “As políticas públicas são formuladas sem nenhuma perspectiva interseccional. A gente tem lá na Constituição que todos são iguais perante a lei, o que é uma balela.” #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“É preciso formular políticas públicas levando em consideração a raça, o gênero e a classe. Quanto mais preto for o território, menos a presença do Estado e menos a garantia dos direitos sociais se fará presente”, diz Elaine Nascimento. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“Ser uma mulher negra no sistema de Justiça brasileiro é ser ainda uma exceção e que confirma essa regra de ausência de pessoas negras nesses espaços”, diz Lívia Sant’Anna Vaz, promotora de Justiça do MPE-BA. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

Promotora Lívia Sant’Anna Vaz: “Se esse corpo, negro e feminino, se coloca numa contra-corrente, isso incomoda e tem uma potência transformadora muito grande, mas que pode gerar violência institucional.” #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“Nós temos que sobreviver ao racismo desde a eternidade, quando pessoas brancas passam muitas vezes a vida inteira sem refletir sobre a questão do racismo”, afirma a promotora Lívia Sant’Anna Vaz. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

O Fórum #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico conta com uma apresentação musical muito especial da cantora, atriz e ativista @zezemotta. Acompanhe agora ou reveja em: https://t.co/nvSQerglxE #NovembroNegro pic.twitter.com/5u4Iw9UxQP
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“É muito difícil fazer a escolha das prioridades dentro de uma lista de tamanho imensurável de necessidades históricas e direitos”, diz Matilde Ribeiro, ex-Ministra da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“Durante a construção da lei das cotas nas universidades, tivemos que lidar com enfrentamentos com o setor público, principalmente com docentes e intelectuais que não acreditavam nessa perspectiva”, relata a ex-ministra Matilde Ribeiro. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

“É uma minoria absurda a comunidade negra na administração pública e nos altos cargos. Na diplomacia, não chegamos a 6%”, diz Eloi Araújo, ex-Ministro-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

Eloi Araújo: “A defesa de um Estado democrático tem que estar associada à inclusão da comunidade negra. Avançar na política de cotas é imprescindível.” #Ondeestãoosnegrosnoserviçopúblico #NovembroNegro
— Fundação Lemann (@fundacaolemann) November 25, 2020

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