Pela ampliação de projetos que aprimorem o ensino
Combate ao abandono escolar e consultoria para a obtenção de resultados na gestão das escolas são dois dos focos de atuação da pesquisadora
Formada em Economia pela Universidade de São Paulo, Gabriela já trabalhou com avaliação de impacto de projetos sociais e ingressou na rede Lemann Fellowship em 2017. Atualmente, está cursando mestrado no programa de Educação Internacional Comparada pela Universidade de Stanford, com bolsa da Fundação Lemann.
A economista é assistente de pesquisa no Núcleo de Ciência pela Educação, do Centro de Políticas Públicas do Insper, grupo que estuda e trabalha formas de qualificar as políticas públicas educacionais vigentes, assim como identificar e expandir projetos bem-sucedidos na área. “A gente avalia as políticas e produz conhecimento científico sobre elas”, orgulha-se Gabriela.
Números bons em matemática
O Núcleo de Ciência pela Educação conta com diversas parcerias ao redor do mundo, de universidades a fundações e instituições do terceiro setor. Um bom exemplo é o projeto de gestão escolar Jovem de Futuro, que existe desde 2007, em parceria com o Instituto Unibanco.
“Esse é um projeto de formação da secretaria, dos supervisores e dos diretores da escola para a gestão”
Gabriela Gall
“Esse é um projeto de formação da secretaria, dos supervisores e dos diretores da escola para a gestão”, explica Gabriela. O objetivo das ações é melhorar o desempenho dos estudantes e ajudar a secretaria a fazer uma gestão voltada para os resultados. O papel do núcleo é avaliar o impacto do programa e confirmar se houve ou não melhora no desempenho dos alunos.
“O último resultado que a gente teve foi que participar do programa aumenta a performance em matemática em 5 pontos na escala Saeb (escala que mede a proficiência em matemática)”, conta Gabriela, lembrando que 5 pontos é a média que um aluno evolui em um ano do Ensino Médio. “Então é como se o impacto do projeto ajudasse o aluno em um ano!”, comemora.
Custo social da evasão
“Abandono e evasão escolar no Ensino Médio” é o tema de outro projeto encampado pelo núcleo. Ainda em fase de desenvolvimento, a iniciativa foca pessoas entre 15 e 17 anos, faixa que, no Brasil, representa 2 milhões de jovens fora da escola.
Entre as consequências da evasão, Gabriela cita a diminuição do salário médio, a dificuldade para encontrar emprego formal e uma maior tendência a se envolver com criminalidade. Outra consequência é a maior tendência de o jovem não cuidar da saúde, tendo problemas e gerando mais gastos públicos. “Então você tem gastos com saúde, gastos com o sistema criminal, com assistência social, e tudo isso gera um custo para a sociedade”, explica.
O projeto também já conseguiu mapear 14 causas sobre abandono e evasão escolar. Foi constatado que o problema aumenta em decorrência do desengajamento dos jovens dentro da escola.
Além das causas, são mapeadas soluções possíveis, a exemplo da evasão decorrente de gravidez na adolescência. A solução, nesses casos, passa por investir em estratégias de prevenção e dar apoio e acolhimento às jovens gestantes, além de fazer mudanças no calendário para que as estudantes consigam realizar as atividades enquanto grávidas ou mães.
O trabalho também funciona por meio de uma parceria, neste caso, com a Fundação Brava e o Instituto Unibanco.