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25 setembro 2020 | 00h00

Protocolos de volta às aulas - Posicionamento

Com a pandemia, desafios educacionais históricos no Brasil ganharam contornos ainda mais complexos e convocaram o compromisso e a ação articulada de governos, lideranças e organizações sociais. As propostas para garantir a continuidade do aprendizado precisaram ser dinâmicas e diversificadas para atender ao maior número possível de estudantes, famílias e professores em diferentes contextos. Pensando nisso, desde o começo da pandemia, unimos esforços junto a outras organizações e governos para pensar e viabilizar opções de acesso à aprendizagem inclusivas, de qualidade, gratuitas e alinhadas à Base Nacional Comum Curricular.

Ainda não sabemos quando as escolas deverão reabrir e não defendemos uma data. Somos à favor, entretanto, de que a Educação seja prioridade e discutida com seriedade e responsabilidade. Num contexto já desafiador como o do nosso país, onde 48% das crianças não sabem ler aos 10 anos de idade e onde a cada 100 crianças que entram na Educação Básica só 65 concluem o Ensino Médio na idade esperada, normalizar que os alunos fiquem sem acesso ou com acesso desigual às oportunidades de aprendizagem seria normalizar a manutenção de injustiças e desigualdades, prejudicando ainda mais o futuro de toda uma geração. 

Defendemos que os protocolos sejam pensados agora para garantir a segurança de todos, alunos, pais, professores, funcionários e toda a comunidade escolar, quando as salas de aula reabrirem. E isso só poderá acontecer seguindo protocolos sanitários, com a pandemia controlada e com proteção especial para quem é do grupo de risco. 

O Brasil é um dos países que permanece com escolas fechadas há mais tempo no mundo. Em função disso, precisamos garantir que o acolhimento e a flexibilização do currículo aconteçam no momento da reabertura. A BNCC, aliada a uma avaliação diagnóstica, se faz fundamental nesse contexto, pois nos ajuda a saber o que precisa ser ensinado em cada ano, como flexibilizar o currículo, quais conteúdos priorizar e quais reforçar.

Outro ponto importante a ser considerado nesse processo é o risco de evasão. Estando tanto tempo longe das escolas, os alunos estão ficando desanimados. Com o passar do tempo, o vínculo com o ambiente escolar vai fica cada vez mais frágil, aumentando o risco de evasão e abandono. E uma criança que tem privado seu direito de estudar, é privada de oportunidades de sonhar e perseguir seus sonhos.

Por fim, a pandemia provou que a conectividade na Educação é um tema urgente. Alunos e professores precisam ter acesso à internet. É possível melhorar a qualidade das aulas remotas ao garantir que elas sejam salas de aula virtuais com a possibilidade de interação entre alunos e professores. Com isso, o ensino híbrido deve permanecer por algum tempo, já que no curto prazo dificilmente as escolas abrirão todos os dias para todos os alunos.

Acreditamos que a educação deve ser uma prioridade. Assim como a saúde e a segurança de todos.  

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