Em evento da Fundação Lemann, CEO da OpenAI, Sam Altman, fala como mitigar riscos da AI
Sam Altman participou de diálogo com a cientista da computação Nina da Hora e o desenvolvedor da OpenAI Felipe Such, com mediação de Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann
A convite da Fundação Lemann, o CEO da OpenAI, Sam Altman, participou de um diálogo no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (18/05), sobre inovação e Inteligência Artificial e seus desdobramentos para o Brasil e no mundo. O evento teve a participação de Nina da Hora, cientista da computação, pesquisadora, educadora e ativista brasileira, e Felipe Such, desenvolvedor nascido no Brasil e lead engineer da OpenAI, com mediação do diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também esteve presente.
O objetivo central do evento foi o de contribuir com o debate amplo e pautado na diversidade de ideias em torno de um assunto global e com grande potencial de transformação na sociedade, além de refletir sobre como é possível mitigar riscos e direcionar o desenvolvimento ético e sustentável das novas tecnologias e considerá-las na busca por soluções aos desafios sociais enfrentados no Brasil. O diálogo também abordou a importância de se discutir justiça algorítmica e questões raciais e de gênero na agenda da tecnologia e inovação.
Durante sua fala, Sam Altman declarou que a chamada “inovação massiva” que está começando a acontecer não será reprimida e a sociedade precisa avaliar riscos e formas de mitigação. “A gente tem que focar agora nos prejuízos que podem surgir e garantir que não tenhamos grandes erros que possam impactar negativamente o mundo. Como a gente vai mitigar os impactos econômicos? Esse é o ponto”, disse ele, que falou ainda sobre a necessidade de regulamentação da IA. “Não vou ser ingênuo e fingir que isso (regulação) é uma coisa fácil de fazer. Mas temos que tentar”, falou.
Nina da Hora ressaltou a preocupação de inserir questões raciais e de gênero na agenda da tecnologia e inovação e também perguntou a Altman como equilibrar os possíveis benefícios dessa tecnologia para educação com o impacto negativo que essa mesma tecnologia pode ter sobre os empregos.
“Achamos que muitos empregos vão desaparecer, isso acontece em toda revolução tecnológica, mas muitos empregos vão melhorar. Em geral, eu acho que vamos ver impacto em todos os lugares. É uma revolução que nunca vai terminar. A sociedade pode regulamentá-la, mas não vai impedir isso de acontecer”, explicou Sam. “Acho que descobrimos que são ferramentas (IA) e não criaturas, e eles são muito bons em fazer tarefas, mas não trabalhos completos. Então, os humanos sabendo o que querem criar, como dirigir e trabalhar com essas ferramentas, pensarão em novas ideias”, completou.
Sam Altman se disse surpreso em ver como as pessoas estão receptivas para discutir e pensar como a IA pode se inserir na sociedade. “Uma coisa que eu não gosto é quando pessoas dizem: é tão difícil, é impossível, nunca vai acontecer, não vamos nem tentar. Eu estou viajando pelo mundo por uma série de motivos, um deles é ouvir as pessoas que usam em contextos diferentes e sair da nossa bolha. Outro motivo é para falar sobre como um framework internacional seria. E, no geral, fui agradavelmente surpreendido sobre o quão abertas as pessoas são a isso. Então, eu acho que existe um desejo real de resolver isso”, disse.
Para Felipe Such, é também preciso enxergar o que a tecnologia proporciona de positivo na sociedade. “O Brasil tem de ver como usá-la da melhor forma. Temos de pensar nos sonhos das pessoas e em como eles podem se tornar realidade”, afirmou.
Denis Mizne abriu o evento explicando os propósitos e importância do encontro: “Queremos ampliar ao máximo o potencial transformador positivo da IA, e só conseguiremos isso se as pessoas que se importam com o desenvolvimento de um futuro mais justo e igualitário estiverem envolvidas nesse debate”, explicou Mizne.
Sobre esse ponto, Sam Altman ressaltou para a plateia que tem uma perspectiva positiva em relação à Inteligência Artificial. “A minha visão é que todos tenham no futuro acesso a uma ferramenta extremamente poderosa e que ajude a todos a executar suas tarefas”, disse o CEO.
A respeito do uso de ChatGPT por estudantes, Sam respondeu: "Muitos estudantes estão descobrindo formas de aprender com isso. Acho que estamos passando por um período de adaptação, o ChatGPT existe há menos de 6 meses. Vai demorar para as pessoas descobrirem como aprender mais com a ferramenta, mas me parece que estamos caminhando na direção certa”.