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26 fevereiro 2021 | 09h00

Estudo indica que volta presencial não elevou contaminações

Levantamento organizado pelo Vozes da Educação traz dados de iniciativas de volta às aulas em 21 países na pandemia.

Um levantamento internacional de retomada das aulas presenciais tabulado pela consultoria Vozes da Educação, e que teve apoio da Fundação Lemann e Imaginable Futures, indica que, na maioria dos 21 países pesquisados, o retorno às aulas presenciais não impactou a tendência da curva de contaminação pelo novo coronavírus. O download deste estudo pode ser feito ao fim desta matéria.

Para se ter uma ideia, dos países analisados, nove tiveram retorno considerado satisfatório (África do Sul, Alemanha, China, Dinamarca, França, Nova Zelândia, Portugal, Singapura e Suécia), indicando que mesmo com a reabertura de todas as escolas, não foi registrada evolução na curva de contágio nos dois meses subsequentes.

Essa constatação se alinha com o estudo realizado pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, publicado em dezembro de 2020. O documento ressalta que o aumento de casos identificados na Europa a partir da abertura das escolas se deu por causa do relaxamento de outras medidas de distanciamento, mas os focos de transmissão não foram os espaços escolares. Além disso, ressalta que o fechamento das escolas deve ser utilizado como último recurso de contenção da pandemia.

“Se o Brasil tivesse reaberto em setembro, quando a curva estava baixa, teríamos oferecido com dignidade um semestre para as crianças.” (Carolina Campos, fundadora do Vozes da Educação)

O estudo também mostrou que profissionais da educação não correm risco maior de infecção do que outras profissões, embora o risco aumente em casos de contato entre muitos adultos e jovens a partir de 16 anos.

E países que performam bem no PISA mantiveram as escolas fechadas por menos dias, sugerindo uma valorização da agenda educacional. Além disso, essa evidência corrobora com um dos achados da primeira versão deste documento, segundo o qual países com boas notas no PISA abriram as escolas antes ou junto com o comércio.

“Dados os efeitos deletérios sobre a aprendizagem, para a saúde mental e para as famílias, e a quantidade de evidências de baixa infecção nas escolas, a gente deveria estar discutindo o que mais se pode fazer para abrir escola mais rápido.” (Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann)

Para fazer o download gratuito do estudo 'Levantamento Internacional de Retomada das Aulas Presenciais', clique no botão abaixo.

(crédito da foto: Luca Jardim)

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