Conteudo Cabeçalho Rodape
21 março 2024 | 00h00

5 lideranças brasileiras que transformaram o Brasil

Conheça a trajetória de cinco mulheres que contribuíram e contribuem para liderar mudanças significativas no país.  

Há séculos, mulheres pioneiras lideram transformações no Brasil. Seja na gestão pública, no empreendedorismo social, na ciência, na tecnologia ou na educação, elas seguem abrindo caminhos para que outras lideranças femininas alcancem patamares cada vez mais altos no futuro.

Não à toa, a presença de mulheres na liderança começa a dar sinais de crescimento no país. Segundo o Panorama Mulheres 2023, realizado pelo Talenses Group e pelo Insper, as CEOs mulheres passaram de 13%, em 2019, para 17% em 2022. Já no setor público, a porcentagem de mulheres em cargos de alta liderança saltou de 29% para 34%.

Porém, para que os grandes feitos dessas mulheres sejam reconhecidos devidamente, é preciso saber que elas existem.  Por isso, esta lista destaca 5 lideranças femininas que contribuíram e contribuem com esse cenário de pioneirismo no país. Confira a seguir: 

Acesse, também, este compilado de dados sobre mulheres na liderança.

1. Nísia Floresta (1810-1885)

Aos 22 anos, Nísia Floresta escreveu o livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, o primeiro entre outras 14 obras publicadas pela educadora, jornalista e poetisa em defesa dos Direitos Humanos no Brasil.

Herdeira de terras no Rio Grande do Norte, Dionísia Gonçalves viveu uma infância conturbada: casou-se aos 13 anos de idade, pediu a separação meses depois, perdeu seu pai em uma tragédia aos 17 anos, e se mudou para diversas regiões do país. Isso contribuiu para moldar seu discurso, que começou a aparecer nos jornais brasileiros a partir de 1831.

Geralmente, utilizava os veículos para propagar ideais republicanos, abolicionistas e defensores dos  direitos de mulheres, escravizados e indígenas. Ela também dirigiu um colégio para meninas, fechado 18 anos depois por ser considerado progressista demais para a época. Até hoje, a educadora é considerada uma das precursoras do feminismo brasileiro.


2. Antonieta de Barros (1901-1952)

Dois anos depois da conquista do voto feminino, Antonieta de Barros (1901-1952) se tornou a terceira mulher e a primeira parlamentar negra a ser eleita no Brasil, em 1935. Filha de ex-escravizada e natural de Florianópolis (SC), a deputada tinha a educação como causa e ofício.

Além de lecionar Português e Literatura em escolas de elite, a educadora liderou um curso para alfabetizar adultos em situação de vulnerabilidade social por cerca de 30 anos. Antes de entrar para a política, Antonieta também atuou como colunista em importantes jornais da época, nos quais escreveu mais de mil artigos sobre política, educação e direitos das mulheres.

Como parlamentar, Antonieta de Barros se destacou pela defesa da justiça social e educação universal. Ela escreveu capítulos na constituição catarinense, ocupou um lugar na Assembleia de Santa Catarina e idealizou o Dia do Professor, que se tornou feriado escolar em território nacional no ano de 1948.


3. Nise da Silveira (1905-1999)

A psiquiatra alagoana Nise da Silveira é pioneira em muitas áreas: uma das primeiras mulheres a se formar em Medicina no Brasil, foi a única em uma turma de mais de 150 homens. Também foi pioneira da psicologia junguiana no país, bem como das pesquisas sobre a relação emocional de pacientes com animais. 

Mas seu grande legado está no uso da arte como tratamento para transtornos mentais. Quando coordenou o Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro, Nise partiu na contramão das técnicas utilizadas nos sanatórios da época, que geralmente envolviam lobotomia, camisas de força e confinamento. 

Além de criar ateliês de pintura e modelagem dentro da instituição carioca, Nise fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, a fim de preservar as mais de 350 mil obras de arte produzidas pelos pacientes. Em 1956, ela abriu a Casa das Palmeiras, clínica de reabilitação para ex-pacientes de instituições psiquiátricas. Definitivamente, Nise da Silveira  estabeleceu as bases para uma psiquiatria mais humanizada e inovadora. 


4. Adriana Barbosa (1978)

Nascida e criada em São Paulo (SP), Adriana Barbosa trilha o caminho do empreendedorismo desde os 12 anos de idade, quando ajudava a complementar a renda da família. Mesmo trabalhando na área de Comunicação, ela seguiu frequentando feiras de empreendedorismo, o que a motivou a criar um evento que valorizasse a cultura negra nesses espaços. Assim nasceu a Feira Preta

Vinte e dois anos depois, o evento alcançou a marca de maior festival de cultura negra da América Latina , movimentando cerca de R$12 milhões nos últimos anos. Como resultado, Adriana se tornou um dos principais nomes do empreendedorismo afro-brasileiro do mundo. Além disso, ela fundou a aceleradora Preta Hub, lançou o programa de capacitação Afrolab, e é autora do livro “Preta Potência”

A empreendedora foi a primeira mulher negra a ser indicada na lista de Inovadores Sociais do Mundo, pelo Fórum Econômico Mundial. Ela também foi homenageada como uma das 51 pessoas negras mais influentes com menos de 40 anos, segundo o Mipad. Recentemente, Adriana foi reconhecida pela revista Time como uma das 18 pessoas no mundo que promovem a transformação positiva para a população negra.


5. Karen Santos (1992)

A trajetória de empreendedorismo social da designer Karen Santos nasceu a partir de uma dor pessoal: a escassez de mulheres pretas no mercado digital. Quando migrou para a área de UX (Experiência do Usuário), sentiu a necessidade de trocar experiências com outras profissionais negras.

Por isso, a UX para Minas Pretas nasceu como uma comunidade, mas rapidamente se tornou uma startup de educação (edtech), com objetivo de capacitar mulheres negras na área de UX Design. Atualmente,  a empresa conta com uma base de mais de duas mil profissionais, 60 parceiros educacionais, e recebe investimentos do Google e da Embaixada Britânica no Brasil. 

Entre as iniciativas da edtech, há programas de capacitação e contratação para cargos de entrada na área digital e tech (Preta ON), conexão das UXMPretas às empresas a partir de um RH interno (Hunting), e um dia de visita às empresas do segmento (VisiTech). 


Cite Mais Uma Liderança Feminina

Lembrou de mais alguém que poderia estar nesta lista? Compartilhe com a gente, usando a #CiteMaisUma nas redes sociais. A campanha da Fundação Lemann tem como objetivo reconhecer e trazer luz para a atuação de mulheres na liderança. Afinal, você precisa saber que elas existem para que elas ocupem espaços de decisão. Acesse o material de divulgação e participe!

Compartilhe

Veja também