Maior Prêmio de Educação tem Educadores Brasileiros na final
Professores que estão entre os 50 finalistas fazem parte da Rede Conectando Saberes, apoiada pela Fundação Lemann
Conhecido como o “Nobel da Educação”, o Global Teacher Prize 2019 reconheceu dois projetos brasileiros de professores que a gente já conhece e admira há muito tempo! Conheça um pouquinho mais sobre eles e a nossa parceria!
A Rede Conectando Saberes e os projetos
A professora Débora Garofalo, de São Paulo (SP), e o professor Jayse Antônio, de Itambé (PE), estão entre os 50 finalistas no Global Teacher Prize 2019. A premiação recebeu mais de 10 mil educadores inscritos ao redor do mundo nesta edição.
Os dois fazem parte da Conectando Saberes, uma rede feita por professores e para professores. Com o apoio da Fundação Lemann, Débora e Jayse realizaram o processo de candidatura e conseguiram inscrever seus projetos. Agora, concorrem ao primeiro lugar que entrega um milhão de dólares oferecidos pela Varkey Foundation.
Débora Garofalo é a primeira mulher brasileira a avançar para o Top 50 do Global Teacher Prize. Coordenadora do núcleo da Conectando Saberes de São Paulo, ela é responsável pelo projeto Robótica com Sucata, em que os alunos utilizam o lixo retirado das ruas da capital paulista para criar protótipos de carrinhos e robôs, unindo tecnologia, sustentabilidade e educação.
O fato de ser a primeira brasileira e ter o trabalho reconhecido por uma premiação internacional são motivos de grande alegria.
“A escola não é uma ilha, por isso necessita da sociedade. As universidades precisam se aproximar das escolas públicas para que os professores tenham possibilidade de participar ativamente das políticas públicas.” Debora Garofalo
Ela também fala sobre a oportunidade de participar da Conectando Saberes e poder trocar experiências com professores de realidades diferentes.
“A Fundação Lemann tem sido uma importante parceira por possibilitar que nos encontros a gente tenha acesso à formação docente e às políticas públicas.”
Um dos momentos inesquecíveis com outros educadores da rede e a Fundação Lemann foi sua viagem para o SXSWEdu em 2016, um dos maiores encontros de educação e inovação do mundo. “Foi lá que entendi o quanto era relevante o trabalho que realizo aqui no Brasil, onde enfatizo que ter altos recursos tecnológicos não é garantia de ter êxito e qualidade na educação, é necessário uma mudança de atitude de todos os atores da Educação”, ressalta.
Na disputa pelo maior prêmio de educação também temos Jayse Antônio, primeiro representante do Nordeste na lista de finalistas do Global Teacher Prize. Com seus alunos, o professor produz curta-metragens que trabalham diversos temas, como Harry Potter, Percy Jackson, Minecraft, LOL. A produção é de baixo custo e são utilizados espaços da escola e comunidade.
Coordenador do núcleo da Conectando Saberes de Itambé, Jayse conta que o reconhecimento internacional deu mais “Fôlego e vontade de mudar a realidade” dos alunos de sua cidade. “Eu sou fruto da escola pública. Meu pai é analfabeto e deu a mim e aos meus irmãos o estudo. Eu o agradeço muito por isso!”, disse o professor.
Jayse relatou que estar entre os finalistas do Global Teacher Prize mudou a forma dos alunos olharem para carreira docente. “Muitos enxergavam como uma profissão sem futuro, mas agora viram que professor pode ter sucesso”, contou. Para ele, a Conectando Saberes foi um “divisor de águas” e onde acabou a “solidão pedagógica”.
“A Fundação Lemann e a Conectando Saberes me proporcionaram essa troca de práticas e experiências riquíssima. Tive a oportunidade de conhecer educadores incríveis e até com o ministro da Educação”, explica.