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11 setembro 2024 | 00h00

Alfabetização no tempo adequado traz benefícios por toda a vida

No mês da alfabetização, campanha com adesão de instituições da Aliança pela Alfabetização busca sensibilizar sociedade

Garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas no tempo adequado é um compromisso a ser assumido por todas as esferas da sociedade. No Brasil, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, aos 7 anos, todas as crianças devem dominar as habilidades de leitura e escrita. É o que determina a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A concretização desse objetivo é um sonho possível, que exige a priorização de ações coordenadas entre os setores social, empresarial e governamental.

Entenda o que é a Base Nacional Comum Curricular

Para corroborar com o objetivo de que crianças aprendam a ler e a escrever no tempo adequado, o MEC (Ministério da Educação) lançou, em 2023, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que acontece em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios e é voltado para a melhoria dos níveis de alfabetização e letramento da população. Conforme o governo federal, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada já tem a adesão de todos os estados brasileiros e de 83% dos municípios. Ainda segundo o governo, todas as capitais, exceto Boa Vista, já participam do programa.


Benefícios da alfabetização são sentidos ao longo da vida

Segundo um estudo de  Ricardo Paes de Barros, há indícios de que não alfabetizar as crianças no tempo adequado dificulta a trajetória escolar dos estudantes, podendo aumentar a probabilidade de reprovação, distorção idade-série, evasão escolar e até limitar o acesso ao mercado de trabalho, afetando o desenvolvimento futuro do aluno e do cidadão. 

Ainda de acordo com o estudo, quando analisados contextos para a garantia do bem-estar social, é possível observar os impactos negativos da alfabetização fora do tempo recomendado: indivíduos alfabetizados podem alcançar um índice de políticas de bem-estar de 77%, comparado a apenas 43% para aqueles que não são alfabetizados. 


Índices ajudam a avaliar a educação básica

A Pesquisa Alfabetiza Brasil, realizada pelo Inep/MEC no ano passado, definiu o ponto de corte para a alfabetização na escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Isso permitiu a criação do Indicador Criança Alfabetizada e o estabelecimento de metas anuais. 

Agora, vemos o primeiro resultado, divulgado em maio deste ano, sobre alunos de escolas públicas: pouco mais da metade das crianças de 7 anos (56%) termina o 2º ano sabendo ler e escrever. Em relação à pandemia, já é possível notar uma mudança significativa: se por um lado subiu 1 ponto desde 2019 (55%), o novo resultado nacional é 20 pontos percentuais maior que o desempenho de 2021, que era de 36%.

Entre os estados com os maiores índices estão Ceará (85%), Paraná (73%) e Espírito Santo (68%). Já Sergipe tem 31%, o índice mais baixo do país. Segundo o MEC, a avaliação de alfabetização será feita nesse modelo coordenado entre estados, municípios e governo federal todos os anos. Também foi feita a proposta de criar um indicador nacional de alfabetização (o IDEA), a exemplo do IDEB que já existe para o 5º e 9º ano.


Conquistas e Desafios

Em 2019, dados do SAEB mostravam que apenas 49% dos alunos do 2º ano das redes públicas estavam adequadamente alfabetizados, com algumas regiões registrando apenas 21%. A pandemia agravou essas defasagens: a fluência em leitura caiu de 44% para 28% entre 2019 e 2021.

Em contramão à defasagem está o sucesso do Pacto para Alfabetização na Idade Certa (PAIC) no Ceará, que desde 2007 elevou o Ideb dos anos iniciais de 3,5 para 6,3 em 12 anos. Outros estados, como Amapá, Espírito Santo e Pernambuco, têm seguido essa abordagem com o apoio da PARC (Programa de Alfabetização em Regime de Colaboração) formada pela Fundação Lemann, Instituto Natura e Associação Bem Comum. Mais de 1,3 milhão de alunos já se beneficiam dessas iniciativas.


Mudar o começo é mudar o futuro

No mês da Alfabetização, a campanha Aos sete: Mudar o começo é mudar o futuro busca sensibilizar a sociedade para os benefícios da alfabetização no tempo adequado, convidando a todos para uma reflexão sobre a importância da leitura e do domínio da matemática a partir de um exercício visual prático. 

Lançando mão de dados que validam a importância da alfabetização no tempo adequado, a ação busca tangibilizar o impacto negativo que uma criança sente ao longo de sua trajetória escolar por não saber ler e escrever até o final do segundo ano do Ensino Fundamental.


A campanha tem adesão de instituições que fazem parte da Aliança pela Alfabetização, como Associação Bem Comum e Instituto Natura. 

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