Seu projeto pedagógico pode alcançar o Brasil pelo CBP 2021
Premiação contempla professores(as), coordenadores(as) e diretores(as) escolares que desenvolveram boas práticas pedagógicas nas turmas e escolas
Até o dia 10 de dezembro, você professor, coordenador pedagógico ou diretor escolar pode se inscrever no Conectando Boas Práticas 2021 (edital aqui). O prêmio da rede Conectando Saberes tem apoio da Fundação Lemann e dissemina projetos pedagógicos para outras comunidades escolares.
Nesta edição, além de proporcionar visibilidade ao trabalho de educadores de todo o país, disponibiliza prêmios de R$ 5 mil para as duas práticas mais bem avaliadas de cada categoria. E mesmo em sua segunda edição, o CBP já possui uma coleção de boas histórias!
Em 2019, foram contabilizadas quase sete mil inscrições distribuídas em mais de 500 municípios brasileiros, colaborando com a criação de um banco online diversificado e acessível para conectar, fomentar e disseminar boas práticas. Além disso, 60 eventos em cidades diferentes reuniram cerca de oito mil professores.
História do CBP
Paolla Vieira Lima, atual diretora da Rede Conectando Saberes e organizadora do primeiro CBP, lembra que o grande ponto na idealização do CBP foi reconhecer educadores de vários municípios mostrando que uma boa prática não é feita com muitas ferramentas, nem mil tecnologias, mas com conexões entre professores e a transmissão de conhecimentos. “Foi um desafio bom pensar no nome junto aos professores, no contexto educacional (implementação da BNCC) e entender que estávamos pensando num projeto que viria apoiar uma das principais angústias dos docentes: ser valorizado e reconhecido pelo o que estão fazendo”.
Cristiano Ferraz, atual gestor de redes da Conectando Saberes, conta que a meta é atingir o mesmo número de participantes e com isso, continuar reconhecendo o árduo trabalho feito nos ambientes escolares. “Todos os dias milhares de educadores e educadoras fazem a diferença nas suas comunidades escolares com boas práticas de grande impacto no processo de ensino e aprendizagem de alunos e alunas. Reconhecer e valorizar essas ações através de projetos como o CBP é uma forma de não apenas darmos luz a essas experiências exitosas, mas também de ampliarmos o seu potencial de impacto no ecossistema educacional”.
Tatiana Costa (Assis/SP) é uma das professoras que pode comprovar este efeito.
O meu projeto, agora é nosso
No primeiro CBP, a professora de alfabetização do segundo ano liderou o projeto Do lixo ao livro, no qual propôs em sala de aula o aproveitamento de restos de recortes para confecção de papéis recicláveis e consequentemente de um livro sobre gêneros textuais.
“O envolvimento das crianças de imediato foi sensacional! Fomos devagar fazendo descobertas, pesquisando e conhecendo a história do papel para depois saber como fabricá-lo e finalmente produzi-lo em sala de aula. O bacana é que teve criança que começou a fazer o papel em casa e isso expandiu os muros da escola”.
Mesmo consciente da sua colaboração com o aprendizado dos alunos, a professora revela que ao conhecer o CBP ficou receosa. “Ao mesmo tempo, minha coordenadora falava: por que não compartilhar com as outras pessoas que às vezes uma coisa simples, como a confecção de um papel, pode ter muito ganhos e várias aprendizagens?”.
Sua coordenadora estava certa! Com este projeto escalável e proveitoso de diferentes perspectivas, ocupou a primeira colocação no seu núcleo, expandiu a atividade para sua rede e também outros municípios. “O CBP me mostrou que tem muita gente com projetos maravilhosos, uma troca de experiências fantásticas que continua até hoje. Ainda colhemos frutos depois do Conectando graças a essa ligação com professores de diferentes lugares que favorecem nossa prática no dia-a-dia”.
Hoje, Tatiana incentiva os profissionais da educação a dividirem suas metodologias que mesmo simples podem inspirar e alcançar o Brasil.
Mas como alcançar o país?
Provavelmente, não existe nada mais prazeroso para um educador do que encontrar uma forma envolvente de transmitir seu conteúdo e ver nos olhos dos alunos a vontade de receber o conhecimento, o absorvendo e o transformando em novas descobertas.
Estímulos sensoriais, materiais do dia-a-dia, uma percepção refinada sobre o universo educacional e uma dose extra de criatividade são os principais ingredientes de projetos que convidam o aluno a ser o protagonista na sala de aula, motivando a participação e impactando positivamente seu entorno: escola e comunidade.
Ao presenciar este fenômeno, a tendência do profissional da educação é pensar em como reaplicar seu projeto pedagógico em outros cenários para mais e mais colegas. Mas, de fato, é tão simples assim construir projetos interessantes, escaláveis e de relevância social? Como ser instrumento de evolução abordando temáticas já conhecidas, como a recuperação da aprendizagem, reforço escolar e/ou teste diagnóstico, participação familiar, organização curricular e/ou disciplina inovadora, ensino híbrido e/ou remoto, permanência e saúde mental?
Daniele Melo, professora de Tabira (PE), participou da edição do CBP 2019 e a princípio também não acreditava que seu trabalho seria reconhecido. “Me inscrevi e ao final do envio tive uma leve sensação de dever cumprido. Depois de saber que fiquei entre os dez trabalhos premiados, vi que é possível propor, trabalhar e vivenciar as propostas. Mas percebi principalmente que posso auxiliar outros professores com uma atividade que para mim era corriqueira”
Segundo ela, participar do CBP renovou seu ânimo e a vontade de entregar boas propostas para os alunos. Agora, ela sugere que mais educadores participem e dá dicas para a produção de práticas pedagógicas:
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01
Planeje a proposta se pondo no lugar do aluno. De que forma eu gostaria de receber e trabalhar esse conteúdo?
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02
Procure atividades que estimulem a investigação feita pelo aluno, trabalhando com metodologias ativas. Colocando-o como protagonista.
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03
Registre tudo! Fotos, vídeos e portfólios. Tudo é muito valoroso.
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04
O produto final deve ser uma consequência de todo o caminho percorrido durante o trabalho e não o único intuito.
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05
Procure inspirações em canais específicos, a exemplo da Nova Escola.
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06
Replaneje sempre que necessário. Sua prática não precisa ser algo "engessado".
O CBP funciona
Coordenador do Núcleo de Figueirópolis/TO, professor Weliton de Freitas Silva ressalta que o CBP 2019 trouxe a oportunidade ímpar de reconhecimento das práticas de sucesso dos educadores de sua região. “Os educadores aderiram a ideia e abraçaram a mesma desde o início da divulgação em suas unidades escolares. Durante o evento dava pra ver a alegria e satisfação dos educadores tendo seus trabalhos premiados e também de seus pares que com muita satisfação aplaudiam cada projeto que era apresentado pelos educadores selecionados na edição”, considerando o grande potencial do CBP.
Já Daniele Pereira (Castro/PR) que atuava como diretora de escola pública e coordenadora do núcleo diz orgulhosa que viu de perto a inscrição de 51 educadores e consequentemente, o ânimo dos profissionais ser renovado. “O Conectando alavancou o nosso Núcleo e mostrou o objetivo do Conectando Saberes: o apoio entre professores. O professor desempenha seu papel em sala de aula da melhor forma possível e quando a gente consegue mostrar isso para mais pessoas em âmbito nacional, conseguimos a valorização. Isso é combustível para o profissional se sentir respeitado. Faz a diferença. Hoje estou dedicada a incentivar mais profissionais a participarem e entenderem o quanto faz bem este projeto”.