Como está a nossa educação básica?
Dados e informações para entender os desafios educacionais no Brasil
Antes mesmo de a pandemia surgir, o ano de 2020 prometia grandes desafios para a educação brasileira. Seria o ano da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que potencializa políticas educacionais e ações nas redes de ensino que, juntas, podem reduzir desigualdades educacionais. Mas, a Covid-19 atingiu o mundo e o aprendizado não presencial teve de ser adotado por todos.
Ainda não é possível colher dados que ilustrem os impactos da pandemia na educação, mas podemos analisar os diversos dados educacionais (Prova Brasil, Censo Escolar, Ideb e Enem) reunidos na plataforma QEdu para visualizar o cenário da educação básica brasileira e seus desafios.
Panorama geral
Você sabe o tamanho do nosso sistema educacional? São 47,9 milhões de alunos na Educação Básica - sendo que 38,7 milhões estão matriculados na rede pública de ensino. Esse número total de estudantes representa 22,8% da população brasileira e equivale a 500 Maracanãs lotados. Para atender todos esses alunos, o Brasil tem 180 mil escolas e cerca de 2,2 milhões de docentes espalhados pelo país.
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Qualidade e infraestrutura
Muitas escolas não têm a infraestrutura adequada para o aprendizado, o que é considerado pelos especialistas um dos fatores que contribuem para o desestímulo dos alunos. O problema estrutural das escolas acaba impedindo também a aplicação dos protocolos de saúde durante a pandemia.
As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pelo déficit na infraestrutura - muitas não possuem salas de leitura, bibliotecas ou acesso a recursos tecnológicos. Isso dificulta o desenvolvimento e incentivo a tecnologias educacionais que poderiam ser grandes aliadas dos professores e alunos.
Abaixo, os dados do Censo da Educação Básica de 2019 alertam sobre a situação das escolas em todo o Brasil.
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5 dados sobre infraestrutura
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01
No Ensino Fundamental, apenas 31,4% das escolas municipais têm quadras de esporte
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02
Quando o assunto é laboratório de ciência, despencamos para 3,6%
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03
Apenas 37,5% das escolas municipais têm banheiro para PCD (pessoa com deficiência)...
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04
...e apenas 2,9% têm sala multiuso
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Nas escolas estaduais, somente 12,7% delas possuem parque infantil para os anos iniciais
Formação dos professores
Outro ponto importante é a formação dos professores. Uma parte significativa leciona disciplinas sem ter a formação adequada ao currículo exigido pela aula. Nos anos finais do Ensino Fundamental, 57% dos professores de Matemática são formados na área (grupo 1 do gráfico). Entre os professores de Artes, o número cai para 37%.
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Os alunos estão na escola?
O problema da evasão escolar afeta, principalmente, os alunos mais pobres - o que nos leva ao grande desafio da educação brasileira: a equidade. Confira alguns indicadores educacionais levantandos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE em 2019:
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01
Aproximadamente um terço dos jovens estava fora da escola ou ainda no Ensino Médio
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02
No Pará, apenas 48% do jovens entre 15 e 17 anos estavam matriculados no Ensino Médio
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03
Seis em cada dez estudantes da rede pública de ensino médio são pretos ou pardos
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04
92,9% das crianças de 4 a 5 anos estavam matriculadas em pré-escolas
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Na Região Norte, 13% das crianças de 4 a 6 anos não estava matriculadas em pré-escolas
Nos últimos 15 anos, a desigualdade de atendimento escolar caiu, porém a população negra e as comunidades de áreas rurais ainda estão mais distantes do ensino formal do que a população branca e urbana.
Os pretos ou pardos representavam 62,1% da população entre 15 e 17 anos em 2019. Entre os estudantes da rede pública de ensino médio, essa proporção é 63,9%. Já na rede particular, eram 35,7%.
E o desempenho?
Qualidade na educação é muito mais do que avaliações externas, porém elas ainda são a melhor forma de medir a aprendizagem dos alunos.
No Pisa, avaliação internacional da OCDE, o cenário é difícil para jovens de 15 a 16 anos. O levantamento feito em 2018 apontou que 68,1% dos estudantes brasileiros com 15 anos de idade não possuem nível básico de matemática, o mínimo para o exercício pleno da cidadania. Em ciências, o índice chega a 55% e, em leitura, 50%. Os números estão estagnados desde 2009.
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Buscando soluções!
Os desafios são grandes e, por isso, buscamos colaborar com soluções do tamanho do Brasil. Seguimos investindo no desenvolvimento de projetos por uma educação pública de qualidade e no apoio a líderes e talentos com compromisso com a transformação social.
E nesta pandemia, reforçamos essa grande corrente de apoio à sociedade brasileira em um momento de obstáculos novos e inesperados. Além das soluções criadas e apoiadas para o ensino não presencial, como a plataforma Aprendendo Sempre (plataforma que reúne conteúdos e soluções para ensino não presencial) e a ferramenta AprendiZap(envia conteúdo e atividades pedagógicas a estudantes via WhatsApp), estamos apoiando lideranças e parceiros e atuando também no enfrentamento da pandemia e de seus impactos através do financiamento dos testes da vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford e do desenvolvimento de soluções como o Escola Segura, portal que reúne protocolos, simuladores e checklists para apoiar as escolas no volta às aulas onde for possível.
Passeie pelo nosso site para conhecer todos nossos projetos e resultados que estão ajudando a mudar o país!
(crédito da foto: Joyce Cury)