Em Pauta

Na última sexta-feira (11), a Rede Conectando Saberes divulgou o resultado do Conectando Boas Práticas 2021, prêmio que tem apoio da Fundação Lemann e busca valorizar e disseminar projetos pedagógicos para comunidades escolares. Com a edição finalizada é hora de conhecer os vencedores e se inspirar nos trabalhos, além de escutar a organização e avaliadores, para quem sabe começar hoje uma prática simples que pode - futuramente - fazer a diferença na educação de milhares de estudantes.

Cristiano Ferraz, gestor de redes na CS, conduziu etapas macro da premiação e realizou a gestão dos profissionais que apoiaram as atividades do projeto, segundo ele, o CBP pode ser descrito como uma oportunidade única de entrar em contato com profissionais da educação que fazem a diferença nas suas comunidades escolares e com isso, perceber a verdadeira realidade do setor no país.

 “A premiação dá luz a projetos de diferentes localidades com grande potencial de escalonamento e impacto em outras localidades. Entrar em contato com todas essas iniciativas e também com as pessoas que as coordenam, foi uma experiência de muito aprendizado e também de inspiração. O CBP demonstra que as soluções para os desafios educacionais do país estão mais próximas do que nós pensamos”, reflete enquanto observa as seis temáticas selecionadas:

Dentre os 30 vencedores, 12 projetos apresentaram como foco o “Ensino híbrido e/ou remoto", seis discutiram a "Organização curricular e/ou disciplina inovadora" e outros seis, a "Saúde mental". “Os projetos premiados ilustram bem as dificuldades vividas por educadores nos últimos anos devido ao fechamento das escolas causado pela pandemia. Uma surpresa foi a quantidade de projetos recebidos na categoria de ‘Saúde Mental’ evidenciando um dos principais desafios da educação do país no atual momento”.

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Destacando a tendência de procurarmos soluções para educação em referências de políticas educacionais de lugares que pouco ou nada se parecem com os nossos, o gestor considera que o CBP faz o inverso de uma forma que funciona: valoriza experiências nacionais construídas por professores, coordenadores e diretores em diferentes contextos ao redor do país. “Essas práticas podem e devem ser objeto de estudos para que possamos construir soluções próprias para os nossos desafios educacionais”.

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Concordando com a potência do prêmio no reconhecimento do educador e na evolução da sociedade, Nathaly Corrêa de Sá, coordenadora de avaliação no Instituto Reúna, participou neste ano da seleção dos projetos e destaca a importância de homenagear os profissionais para que haja motivação, incentivo financeiro e avanço. “O reconhecimento do trabalho é algo substancial para o professor. Ser reconhecido por um bom trabalho e receber visibilidade do projeto é muito importante, não só o prêmio, mas o programa e a troca oferecida pela Rede! Enquanto o prêmio pode escalar e refinar o projeto”, observa. 

Conforme pontua, este contato com a construção de ideias lhe permitiu perceber outras possibilidades e levar soluções para sua rotina, apurando a chance de colaboração da instituição com tais iniciativas. “Os projetos estavam bem diversos, contemplando todas as dimensões da base, superou as expectativas neste sentido. Uma ampla gama de soluções com fácil aplicabilidade”, lembra e completa, “como sou apaixonada pela temática da Educação, foi enriquecedor participar [como avaliadora], porque no meu dia-a-dia tenho um olhar focado no ecossistema das redes, nas organizações do terceiro setor, nas secretarias de educação, no MEC e menos nas escolas, então foi muito bom ver tudo que está sendo criado por estes professores”.

O atual coordenador pedagógico, Luís Antônio de Castro Morais (Santa Bárbara/MG), salienta ter sido muito gratificante participar como avaliador do CBP, o que lhe permitiu ter acesso a excelentes projetos e repensar sua realidade incluindo soluções nas situações que também vivencia.

“Tem muita gente boa e colocando a mão na massa pelo país inteiro. Precisamos de mais apoio e valorização”, sugere considerando a educação uma grande aliada na transformação da nossa sociedade e assim, a oportunidade que a CS proporciona com o CBP é uma excelente maneira de ofertar reconhecimento para diversos profissionais. “Vários professores já se sentem satisfeitos apenas pelo fato de haver um ‘concurso’ em que podem concorrer com o seu trabalho e divulgá-lo. E é excelente no sentido de compartilhar soluções para desafios que várias redes, de todo o país, enfrentam”, opina.

Se dizendo satisfeito em avaliar práticas interessantes e inovadoras, o educador faz ressalvas que valem a atenção para quem irá se inscrever nas próximas edições. “Havia alguns projetos que eram práticas já amplamente divulgadas e outros que mostram o despreparo dos docentes em relação a escrever um projeto”, exemplifica citando erros gramaticais, de concordância e coesão. Com esta observação ele detalha que seu sentimento foi incerto: ao passo que estava feliz em notar várias práticas sendo feitas e saindo do papel, refletia sobre a figura do professor, coordenador e sua atuação profissional. “Quem é esse profissional? Como foi sua formação inicial? Há formação continuada? Avalio, de modo geral, de forma positiva os projetos, mas acredito que são dados interessantes para pensarmos de maneira mais macro e refletir sobre a profissão docente em nosso país”, considera.

DICAS DO PROFE AVALIADOR LUÍS ANTONIO PARA O SEU PROJETO DE IMPACTO:

• Planejar muito bem; 

• Realizar;

• Aprender com os erros;

• Em escolas é necessário trabalhar com projetos interdisciplinares, para isso,  chame outros colegas, ou membros da comunidade escolar,!

• Conhecer a realidade local para saber mapear as causas e soluções dos desafios apresentados.

A pedagoga Vanessa Santos Martins (São Luís/MA), com ampla experiência na educação pública e privada, participou do CBP também como avaliadora e conta que ao pensar no prêmio já lhe vem à mente a quantidade de bons projetos que estão sendo desenvolvidos e só precisam ser enxergados por olhares atentos. “O CBP é um evento que deve fazer parte do calendário anual da Educação. Ter a oportunidade de trabalhar como avaliadora nesta edição me deu a chance de ver além do meu horizonte ao receber projetos do país todo. Então fazia a leitura da prática, refletia com atenção e tinha certeza que ali estava o coração do professor. É uma grande responsabilidade e grande honra”.

Para ela, o Conectando Boas Práticas é uma porta de entrada para que os educadores conheçam outros eventos educacionais e sintam-se seguros para participar, compartilhar suas vivências e participar ativamente da evolução da aprendizagem do país. 

“Quando me formei queria usar a educação para mudar o mundo e depois de um certo tempo percebi que eu auxilio na modificação de vários mundos quando ajudo um aluno a transformar e refletir sobre sua realidade. O contato com essas práticas me fez pensar nisso novamente. Meu mundo foi expandido, trouxe um olhar mais sensível para temáticas que não tinha lido ou ainda não tinha me aprofundado”, ressalta com alegria. 

Revelando que muitos projetos superaram suas expectativas por serem simples, mas com grande valor para o entorno, Vanessa compartilha o sentimento de Luís Antonio, ao perceber um outro ponto que precisa ser trabalhado e que foi diagnosticado por meio da leitura dos projetos. “Fiquei um pouco triste com a escrita de projetos, na organização estrutural. Alguns professores explicavam sobre suas experiências e eu não conseguia identificar no texto a metodologia e o objetivo. Isso na área pedagógica de certa forma é o básico. O fato de perceber que muitos professores não entendem ao certo a escrita de um projeto, me faz perceber que devemos incentivar a formação continuada para crescerem profissionalmente e construírem conhecimento”, sugere e conclui, “a educação continua sendo o caminho para que nossas crianças tenham um futuro mais digno com mais significado. Educadores registrem seus projetos, usem as redes sociais ao seu favor, escrevam e proporcionem que outros professores conheçam estas práticas”. 

• Alexandre Lunardi Testa - Tapejara/RS

• Isabelly Cristiany Chaves Lima - Lagoa Seca/PB

• Jaqueline da Silva Santos Batista - Salvador/BA

• José Simões de Andrade - Santos/SP

• Juliane Cristine dos Santos Teixeira - São Paulo/SP

• Kátia Diolina Freire - Itatiba/SP

• Larissa Cristina Cardoso dos Anjos - Manaus/AM

• Luciana Cazarini Lima de Marchi - Mogi das Cruzes/SP

• Luciany Oliveira Osório Borges - Brasília/DF

• Simone de Souza Peres - Terenos/MS

• Caroline Sati Muller - Praia Grande/SP

• Edinete Sousa Dutra - Jijoca de Jericoacoara/CE

• Elizangela de Nazaré Cardoso Damasceno - Tucuruí/PA

• Lea Cristina Borges dos Santos - Novo Hamburgo/RS

• Márcia Isabel da Silva Scur - Gramado/RS

• Mauri Célio Alves Santana - Santa Maria da Boa Vista/PE

• Murilo Otávio Cassimiro - Caruaru/PE

• Rafaela Vianna Sawaki - Fortaleza/CE

• Sebastiana Aparecida Moreira - Rio Verde/GO

• Susani Córdova Ramos da Costa - Laguna/SC

• Célio Roberto Pereira de oliveira - Curitiba/PR

• Diana Dantas Bezerra Mendes - Fortaleza/CE

• Felipe Junior Mauricio Pomuchenq - Marilândia/ES

• Fernando Menegat - Caxias do Sul/RS

• Jose David de Sousa - Santo André/SP

• Jussara Dias Bueno - São Leopoldo/RS

• Michele Carlin Padilha Silveira - Lebon Régis/SC

• Neilda Maria de Castro Costa - Cajazeiras/PB

• Renata de Jesus Sousa Almeida - Santa Efigênia de Minas/MG

• Tania do Amaral Gomes - Limeira/SP

A Conectando Saberes incentiva o desenvolvimento de boas práticas através de uma atuação em rede que conecta educadores(as) de todos os cantos do país que também anseiam por uma educação de maior qualidade para todos e todas. Através dessa atuação em rede, esses profissionais encontram incentivo e um espaço de colaboração com meios para que possam transformar a sua comunidade escolar. a CS acredita que ninguém melhor do que o professor para ocupar o espaço de protagonismo no debate educacional para que possamos fortalecer a troca de boas práticas na educação. 

Por isso, oferece uma série de incentivos para a sua rede de professores, tais como: eventos de troca de boas práticas entre educadores de todo o país; formações focadas no aperfeiçoamento profissional em áreas ligadas à educação; visibilidade para os participantes da rede em fóruns de debate sobre educação; premiações que incentivam a troca de boas práticas no ecossistema educacional e o acesso à pesquisas sobre assuntos caros a educadores.

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