Reabertura das escolas: como fazer com segurança
Dados e materiais reforçam a importância de que escolas sejam as últimas fechar e possam ser as primeiras a reabrir. Foto: Luca Jardim<br><br>
Entenda os principais pontos (clique para ir até a informação):
Mais de 800 milhões de crianças no mundo tiveram sua aprendizagem impactada pela pandemia, segundo dados da Unesco. O fechamento das escolas por um longo período e a ausência de atividades que pudessem garantir efetivamente o direito à Educação agravam esse cenário, sobretudo no Brasil, que manteve suas escolas fechadas por muito mais tempo do que a maior parte dos países: o tempo médio de fechamento das escolas no mundo foi de 22 semanas. Por aqui, foram de 43 a 44 semanas, ao lado da Etiópia e de Moçambique.
Ao longo de 2020, a Fundação Lemann e outras organizações e instituições, nacionais e internacionais, desenvolveram estudos e compilaram aprendizados e experiências que apontam caminhos para garantir o direito à educação. Conheça estudos, pesquisas e orientações sobre os impactos desta crise na educação e sobre como encaminhar o processo de reabertura das escolas, com segurança.
Líderes do PISA fecharam escolas por menos tempo
Dados da Unesco colocam o Brasil como um dos últimos a reabrir as suas escolas, empatado com Moçambique e Gana (clique aqui para conferir os dados).
O Levantamento Internacional de Retomada das Aulas Presenciais (clique para acessar o estudo), lançado pelo Vozes da Educação, com apoio da Fundação Lemann e Imaginable Futures, mostra que países com melhor desempenho na avaliação do PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Alunos) tenderam a fechar suas escolas por menos tempo. O Brasil, dentre os países analisados, foi o segundo a ficar mais tempo com as escolas fechadas, somando mais de 260 dias (até o fim de janeiro).
O que fazem os países onde a abertura deu certo
Também segundo o levantamento do Vozes da Educação, os países que tiveram uma reabertura satisfatória – ou seja, não apresentaram contaminação entre alunos e professores que saísse do controle – realizaram as seguintes ações:
- A reabertura se deu quando a curva de contágio estava em fase decrescente ou estabilizada em níveis não elevados.
- Medidas sanitárias e distanciamento social foram bem implementadas (como higienização constante da escola, distanciamento físico dos alunos e uso obrigatório de máscaras).
- Houve constante monitoramento e contenção dos casos isolados nas escolas.
- Foram implementadas boas medidas de comunicação e transparência, com pronunciamentos públicos para resolver dúvidas e divulgação de guias com boas práticas.
Conheça algumas recomendações e boas práticas para a reabertura segura das escolas:
- Plataforma Escola Segura permite fazer simulações para organizar o retorno em cada escola
- Guia de 10 passos para reabrir a escola com segurança
- Recomendações do Unicef sobre reabertura de espaços de Educação Infantil
- Considerações para medidas de saúde pública relacionadas à escola no contexto da Covid-19
- Todas as informações e materiais do Unicef sobre reabertura segura das escolas
De olho na aprendizagem: engajamento dos alunos
Cinco pesquisas divulgadas entre maio de 2020 e fevereiro de 2021 fazem um retrato das opiniões de pais sobre a Educação no período da pandemia. Duas descobertas importantes: ao longo do ano, aumentou o número de alunos que recebiam atividades para realizar em casa, mas diminuiu o percentual de famílias que conseguiam organizar a rotina de estudos (veja gráficos abaixo).
Conheça as pesquisas:
- Educação Não-presencial: 74% dos alunos recebem atividades (Maio de 2020)
- 89% defendem que vale a pena manter as atividades em casa junto com as aulas nas escolas (Junho de 2020)
- Para 77% dos pais ou responsáveis ouvidos na pesquisa, os estudantes estão tristes, ansiosos, irritados ou sobrecarregados na pandemia (Julho de 2020)
- Pesquisa Datafolha aponta legados da pandemia para a Educação (Setembro/outubro de 2020)
- Maioria dos pais vê prejuízos na educação de filhos em 2020 (Fevereiro de 2021)
Riscos de retrocesso e soluções para professores e escolas
Para entender as consequências da pandemia, a Fundação Lemann encomendou um estudo ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (FGV EESP Clear), vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) (clique aqui para ter acesso ao estudo). O estudo simulou a perda de aprendizado que os estudantes podem ter sofrido. No cenário mais grave, a simulação aponta que educação pode retroceder até quatro anos. Além disso, alunos das regiões Norte e Nordeste deixaram de aprender mais que alunos do Sul e Sudeste.
Acesse ferramentas e materiais para apoiar a aprendizagem:
- Plataforma de apoio à aprendizagem possibilita a realização de avaliações diagnósticas e apresenta sugestões para a reabertura segura e o replanejamento
- AprendiZap distribui conteúdos para professores e estudantes por WhatsApp
- Mapas de Foco do Instituto Reúna apresentam as habilidades focais da BNCC para o ano de 2021
- Nova Escola apresenta cursos e conteúdos sobre desafios de 2021 para professores e gestores
- Plataforma reúne materiais e cases sobre ensino híbrido
- Roteiro “Construindo Caminhos” apresenta orientações para o planejamento pedagógico alinhado à BNCC